Muito se discute sobre a fé. Assunto polêmico. Uns creem; outros, não.
– Ah, Deus não precisa de intermediários. Se Ele é tão poderoso como dizem pra que santo disso, santo daquilo?
Aposto minha coleção de imagens sacras que você já ouviu esse questionamento inúmeras vezes.
E não é só isso. Tem mais. A cada vez que o Papa anuncia a canonização de um beato lá vem mimimi.
– Mais um santo. Pra que isso. O céu já tá cheio deles.
Vamos por partes. Primeiro, os nossos santos e santas são, sim, uma ponte para o divino. E se estão ao lado do Pai é por merecimento. “Santo” vem do hebraico. Significa “separado”. Daí se conclui que a santidade não é prerrogativa só de alguns: é um dom oferecido a todos, sem excluir ninguém. Todos nós podemos ser santos. Para isso, basta que nos espelhemos em Deus, à sua imagem e semelhança. Praticando o bem, vivendo em paz, amando o próximo. Tudo isso traduzido em pequenos atos, nos “separa”, nos reveste de santidade e nos torna próximos ao Criador.
“Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e com toda a tua força. Amarás o teu próximo como a ti mesmo!”
Não existe outro mandamento maior do que esse.” A novidade está no uso do verbo ”amar”.
Ah, no início dessa prosa, para falar sobre fé, até coloquei em jogo a minha coleção de imagens. Na verdade, não se trata propriamente de uma “coleção”. São presentes que ganhei da família e de amigos. Todos vieram de lugares especiais, como Aparecida e Fátima. Conceição do Pará é assim também. Não pelo tamanho e pela fama, mas por sediar o Santuário Diocesano da Imaculada Conceição, um dos três menores do mundo, palco de manifestações de fé ao longo de todo o ano.
Mas é no dia consagrado à Nossa Senhora, 8 de dezembro, homens, mulheres e crianças, famílias inteiras movidas por uma fé inabalável chegam ao Santuário a pé, à cavalo, de bicicleta, moto, em vans, ônibus ou de carro. E nesse lugar mágico, estabelecem, de fato, uma ponte com o Divino. Ponte essa que, inclusive, se materializou para mim nesta semana. Ainda processando o fato. Outra hora conto essa história.
Até mais.
Amo tudo que vc escreve, com todo coração. Vc fala de nossas raízes, nossas famílias , amor, saudades e outros assuntos com sabedoria e sensatez!
Adoro suas crônicas! Seu conteúdo é leve e inspirador.
“Praticando o bem, vivendo em paz, amando o próximo”, grande sabedoria Gi!
Gisele querida, por que você não coloca suas crônicas também em um livro? Elas são uma ponte para as delicadezas que nos têm faltado tanto.