A Unidade de Pesquisa Clínica em Vacinas (UPqVac) da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) está participando de um estudo de fase 3 de um novo medicamento para o tratamento de pessoas com risco aumentado de progressão de covid-19 grave. O medicamento é produzido pela empresa Gilead US, e a unidade de vacinas da UFMG é um dos centros brasileiros que conduzem o estudo.
O medicamento é indicado para o tratamento de indivíduos não hospitalizados com menos de cinco dias de evolução da doença e que têm risco aumentado de progressão para covid-19 grave. Entre os fatores de risco para doença grave, destacam-se idade superior a 50 anos, pessoas não vacinadas ou com esquema vacinal incompleto e sobrepeso-obesidade.
Mas também correm mais risco de desenvolver formas mais graves da infecção, portadores de enfermidades crônicas como diabetes, doenças pulmonares, cardiopatias, doenças renais ou hepáticas. E ainda pacientes transplantados, pessoas vivendo com HIV, pessoas em uso de imunossupressores ou em tratamento recente ou atual de câncer.
Conforme os primeiros testes, o medicamento é considerado seguro e potente contra as novas variantes virais, além de registrar baixa ocorrência de interações medicamentosas e requerer o uso de apenas um comprimido por dose. “Há necessidade de medicamentos para tratamento de pessoas com risco aumentado de evoluir para formas graves da covid-19 que sejam efetivos contra as novas variantes do vírus”, afirma o professor Jorge Pinto, coordenador da unidade de vacinas.
O estudo está passando pela terceira fase de testes, que é a última etapa antes do medicamento ser autorizado para uso geral. Eventuais interessados em participar do teste podem entrar em contato com a equipe da Unidade de Vacinas da UFMG (UPqVac) pelo telefone (31) 99216-0407.
Fase 3 de teste
A fase 3 de testes de um novo medicamento é a última fase antes que ele seja aprovado para uso geral. Nesta fase, o medicamento é testado em um grande grupo de pessoas (normalmente milhares) para determinar sua eficácia e segurança. Os participantes do estudo são aleatoriamente designados para receber o medicamento ou um placebo (um tratamento inativo). Os pesquisadores então comparam os resultados entre os dois grupos para ver se o medicamento teve um efeito significativo.
De acordo com especialistas, os testes de fase 3 são geralmente projetados para demonstrar que o medicamento é significativamente mais eficaz que o placebo na prevenção ou tratamento da doença alvo. Eles também são projetados para avaliar os efeitos colaterais do medicamento e determinar se ele é seguro para uso a longo prazo.
Se os testes de fase 3 forem bem-sucedidos, o medicamento pode ser aprovado para uso geral pela agência regulatória de saúde do país, que no caso do Brasil é a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). No entanto, mesmo após a aprovação, os medicamentos continuam a ser monitorados para detectar quaisquer efeitos colaterais incomuns.
Com informações do Jornal da UFMG