Ansiosa pela chegada do outono. A nova estação vai se anunciar pontualmente no dia 20 de março, às 18h25. Daí pra frente os dias serão mais curtos e mais frios. Por isso, é preciso atenção para o alerta do Data Gisele: tempo bom para vinhos encorpados e densos, chás e chocolate quentinhos, para sopinhas, mantas macias e abraços acolhedores.
Um dia antes, como é tradição aqui nos grotões das Minas Gerais, acontece a “enchente das goiabas. É quando as águas de março fecham o verão. Com elas se vão os frutos das goiabeiras que crescem às margens de córregos e ribeirões. Daí o nome do evento. Outra informação relevante: as águas de março são promessa de vida em nossos corações. Quem garante é o Tom Jobim. Aposto que você já cantou “(…) É pau, e pedra, é o fim do caminho. São as águas de março fechando o verão (…)”. Quem nunca, né?
Ah, lembrando que esse período do ano também coincide com o tempo da Quaresma. São os 40 dias que antecedem à Pascoa. Para os antigos era um período marcado por jejuns e orações. Mas por que 40 dias? O Google me contou que o número remete aos 40 dias do dilúvio e aos 40 anos em que o povo judeu vagou pelo deserto. Tem mais: o número está ligado aos 40 dias que Moisés passou com Deus no Monte Sinai e com Elias na montanha. Outro link: os 40 dias que Jesus viveu no deserto antes de começar a sua vida pública.
Nossos avós já viveram tempos mais difíceis durante a Quaresma. Hoje, a Igreja Católica impõe menos sacrifícios aos fiéis. Jejuamos de verdade apenas na Quarta-Feira de Cinzas e na Sexta-Feira da Paixão. Nessas duas datas não consumimos carne vermelha, doces e bebidas alcoólicas. Mas, segundo o Padre Geraldo, não basta se abster desses prazeres. É preciso oferecer esse sacrifício a Deus.
Se eu faço jejum? Até faço. Mas, pensando aqui com meus botões: o Pai não deve estar muito satisfeito comigo, não. Ou será que trocar o prato nosso de cada dia por uma bela bacalhoada tá valendo? Aqui em casa Quaresma e Semana Santa têm sabor. E que sabor. A gente até já tentou mudar de receita, mas não tem jeito. Neste ano vamos de novo de “Cundito”. E como sou dessas, segue a receita da delícia que alimenta a gula (Ihhh, pecado mortal) da nossa família há gerações:
Cundito
Em uma panela grande de fundo grosso acomode lascas grossas de bacalhau alternadas com dentes de alho, rodelas de cebolas, tomates, pimentões verdes, vermelhos e amarelos, azeitonas pretas e batatas pequenas (se forem maiores, em em rodelas grossas). Tudo isso é cozido no fogo baixo em muuuito azeite. De boa qualidade, viu? Nada de 80% de óleo vegetal na composição. Atenção ao rótulo. Por fim, escolha um bom vinho verde para acompanhar.
Já percebi como o tempo já mudou. As manhãs assim como o entardecer estão mais frias.
Você como sempre tem a magia de nós transportar para outros tempos e lugaresEu senti o sabor do bacalhau lambuzado de muito azeite e temperado com o tempero que essa família “Bicalho” utiliza com maestria.Tempero que vem imbuído de muito amor e aí não tem pra ninguém
Chega renomados que lutem!
Ninguém supera!E fica guardado pra sempre na memória afetiva
O texto é aquela poesia de sempre que veste de roupa de festa as coisas mais simples,mais cotidianas as tornando impecáveis ❣️
Você como sempre tem a magia de nós transportar para outros tempos e lugaresEu senti o sabor do bacalhau lambuzado de muito azeite e temperado com o tempero que essa família “Bicalho” utiliza com maestria.Tempero que vem imbuído de muito amor e aí não tem pra ninguém
Chega renomados que lutem!
Ninguém supera!E fica guardado pra sempre na memória afetiva
O texto é aquela poesia de sempre que veste de roupa de festa as coisas mais simples,mais cotidianas as tornando impecáveis ❣️
Incrível sua crônica. Ansiosa para a próxima.
Outono chegando!!! Que maravilha!!!! Adoro tudo que essa estação me proporciona.Obrigada Gi por mais um texto tão delicado.❤️