Sou o terror das nutricionistas

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Imagem de Bob por Pixabay
Imagem de Bob por Pixabay

Sou do time de quem toma pouca água. Pareço uma camela. Bebo quase nada. Sabe aquela regra de “no mínimo dois litros por dia”? Quem disse? Nunquinha. Dou conta não. Sou o terror das nutri e endócrinos. Qualquer alteração no corpo lá vem a “verdade absoluta”.

  • Também, né Gisele. Você não toma água.
    Escuto isso todos os dias. A frase é recorrente quando a cabeça dói, se estou cansada, se o cabelo está caindo, se a pele está ressecada, se as minhas unhas estão que nem cascos. Minhas irmãs estão erradas? Acho que não. Penso também que é uma questão de gosto. Água não tem sabor de nada. Bom esclarecer que estamos falando de água natural. Se for água com gás aí muda de figura. Chego a tomar uma ou até duas garrafinhas por dia, o que, para mim, é uma vitória.
    Mas, afinal, água com gás substituí a água pura? Matéria publicada pelo O Globo diz que “em termos”.  Segundo o autor do texto, a água gaseificada é tão hidratante quanto a água comum. Só que a natural tem o benefício adicional do flúor, elemento que ajuda a prevenir a cárie nos dentes.
    Benefícios a parte eu fico mesmo é com a experiência sensorial. A nossa “perrier” faz cócegas na língua. Adoro aquele formigamento que se expande pelo céu da boca. O borbulhar refrescante é inexplicável de bom.
    Isabela, minha sobrinha, é que nem a tia. Também adora água gaseificada. Só toma se for com bolhinhas. Nesse caso, além da sensação, penso que no caso da Bella entra também o componente lúdico. As bolhinhas trazem encantamento. 
    Se você leu esse meu texto aleatório até aqui deve estar aí pensando:
  • E se o calor aumentar, o corpo exigir, bater aquela sede e essa maluca estiver em um lugar onde não há o menor vestígio de água com gás. E aí? Ela vai ficar com sede?
    Nada que uma folhinha de hortelã, um galhinho de alecrim ou uma fatia de limão, de laranja ou de abacaxi não resolvam. Saborizando que mal tem, né mesmo? Aliás, essas combinações são muito comuns em festas. Em restaurantes, também. É só pedir uma água com gás para o garçom que na sequência lá vem a pergunta:
  • Com gelo e com limão?
    Vai ver é porque as borbulhas da água com gás lembram drinks, baladas, festas. Pensando bem água com gás, gelo e limão tem mesmo gosto de festa. Festa no céu da boca, de estalar de língua (ops!).
    Essa prosa toda me lembra outro sobrinho. O João Ricardo sempre lê meus escritos. Ainda outro dia me surpreendeu com uma pergunta:
  • Tia, de onde é que você tira tanto assunto?
    Uai, JR! Busco na rotina, na vida. Escuto, vivo e escrevo. Sou voyeur do cotidiano.
    E quando o cotidiano não anda lá essas coisas? Quando o mundo real não dá moleza e o rombo é tão grande que fica difícil juntar sujeito, verbo e predicado? Nesse vazio de ideias sobra falar sobre o prazer que é tomar um copo de água com gás. O verão está batendo na porta e o recado é que dessa vez o “bonito” não vai dar trégua. Então, bora tomar água e brindar a vida.

6 COMMENTS

  1. Estou que nem o João Ricardo, querendo entender de onde vêm tantas ideias legais! É sempre com muito prazer que leio seus escritos. Adoro!!!

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