É possível enganar o novo coronavírus, que provoca a Covid-19, um inimigo invisível que já matou mais de 2,6 milhões de pessoas mundo afora? Cientistas da Universidade de Ohio, Estados Unidos, dizem que sim, conforme estudo publicado na revista Bioconjugate Chemistry.
Professores da universidade americana desenvolveram fragmentos de proteínas – chamados de peptídeos – que enganam o vírus. Eles “convencem” o coronavírus a se ligar a eles, uma ação que bloqueia a capacidade do vírus de realmente entrar na célula.
De acordo com os cientistas, esses peptídeos se encaixam perfeitamente em uma ranhura na proteína Spike do vírus SARS-CoV-2, que são as responsáveis por infectar as células dos seres humanos.
“Nosso objetivo é que sempre que o SARS-CoV-2 entrar em contato com os peptídeos, o vírus seja inativado. Isso ocorre porque a proteína Spike do vírus já está ligada a algo que precisa usar para se ligar à célula ”, explica o professor Amit Sharma. Ele é co-autor do estudo e professor assistente de biociências veterinárias no estado de Ohio.
Spray nasal e desinfetante
“Para fazer isso, temos que pegar o vírus enquanto ele ainda está fora da célula”, acrescenta Sharma. Por isso, a equipe trabalha no desenvolvimento com duas alternativas:
1) Criação de um spray nasal que contenha esses peptídeos, que pode ser aplicado nas narinas, uma das principais portas de entrada do vírus. 2) produção de um desinfetante de superfície em aerossol que, uma vez aplicado, possa “enganar” o vírus.
“Com os resultados que geramos com esses peptídeos, estamos bem posicionados para avançar para as etapas de desenvolvimento de produtos”, disse Ross Larue, também co-autor do estudo.
Atualmente, laboratórios de vários países tentam acelerar a produção de vacinas contra a covid-19 que sejam suficientes para imunizar boa parte da população mundial. Está faltando imunizantes na grande maioria dos países, como é o caso do Brasil.
Todavia, cientistas de todos os cantos do planeta tentam encontrar alternativas para combater a Covid-19. Que essa encontrada pelos cientistas de Ohio, que promete enganar o coronavírus, seja apenas uma de várias outras que possam ajudar a combater a praga.
