Reencontro com a memória

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Imagem de Jill Wellington - Pixabay
Imagem de Jill Wellington - Pixabay

Quando uma palavra inesperada muda a percepção do espaço, acorda uma saudade, rende uma história inteira. É assim mesmo. Os escribas têm toda razão. Basta uma referência pra provocar um turbilhão de lembranças. E ai a coisa vai fluindo, fluindo e quando a gente vê o filho tá parido.

É que nem cheiro. Pode ser de comida, de perfume, de chuva, de flor ou de fruta. Um cheirinho que chega com o vento ou vem de um cangote, teletransporta, faz a gente viajar, promove um reencontro com com a memória afetiva.

Inda agorinha o vento trouxe o cheiro de melancia cortada do sacolão aqui do lado de casa. Humm! Melancia tem cheiro do que? Do Parque Municipal de BH.

Todos os anos Papai e Mamãe juntavam o bando e lá íamos nós para a Capital tomar vacina. Pra não chorar, a recompensa era o que mesmo? Ahãaaa! Uma linda, perfumada e suculenta fatia de melancia.

Naqueles tempos sem SUS não tinha essa facilidade de virar a esquina e entrar no posto de saúde do bairro pra ser medicado ou tomar vacina. Se alguém queria proteger a família contra coqueluche, sarampo, catapora, poliomielite e outras mazelas tinha mesmo é que por o pé na estrada.

Ihhhh, abstrai. Essa já é uma outra história. Depois eu conto mais. Agora vou ali comprar uma melancia que bateu uma vontade enorme. Boca tá que nem um rio.

4 COMMENTS

  1. Do parque municipal eu lembro é de algodão doce, esta maravilha tecnológica não existia em minha cidade. Eu ficava debruçado olhando o giro quase supersónico da maquina, o açúcar no centro, depois o palito recolhendo aqueles fios brancos e deliciosos. Gisele, sua melancia é meu algodão doce, das melancias me lembro dos caroços, adorava junta-los no boca e depois ir cuspindo como metralhadora nas árvores e galinhas, coisa de menino. Adoro suas boas e velhas novas.
    Um abraço

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