O governo do Paraná vai assinar um convênio com a Rússia para produzir no Brasil a sua vacina contra a Covid-19, chamada Sputnik 5, a primeira do mundo a ser registrada, como anunciou hoje o presidente russo Vladimir Putin. O acordo deverá ser assinado amanhã entre o governador do Estado, Ratinho Júnior, e o embaixador da Rússia, Sergey Akopov, na tarde desta quarta-feira (12).
A produção da vacina russa no Brasil só vai ocorrer, entretanto, após a conclusão da fase 3 de testes, quando o imunizante é aplicado num grande número de pessoas para avaliar sua eficácia e segurança. A vacina russa, por enquanto, passou apenas pelas fases 1 e 2 de testes em humanos, o que representa um universo pequeno de voluntários que foram vacinados.
Após a assinatura do acordo, o protocolo russo de produção do imunizante será compartilhado com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a quem cabe liberar a realização dos testes com voluntários brasileiros.
“Antes da liberação, não há possibilidade de colocar nada em prática. Reitero que a prudência e a segurança são palavras-chave nesse processo”, declarou Jorge Callado, presidente do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) . “Cada passo no seu momento adequado, não podemos queimar etapas”, assinalou.
Se a vacina provar ser mesmo segura e capaz de aumentar os anticorpos contra o novo coronavírus, o Tecpar é que será responsável por sua produção e distribuição no Brasil. “É importante essa assinatura para que essa condição de troca de informações comece”, afirmou ainda Jorge Callado.
Cautela
“Mas é algo muito preliminar. Não existe compromisso de produção firmado enquanto as etapas não forem validadas, não forem consolidadas e não forem liberadas pela Anvisa. É um começo de um intercâmbio de informações. Nós avançaremos se tivermos informações necessárias para tanto. Caso contrário, não”, observou o presidente do Tecpar.
A última fase de testes da vacina será feita com 2 mil pessoas e deve começar na Rússia a partir de amanhã (12-08). Vão participar também desta etapa voluntários brasileiros, da Arábia Saudita e do México.
A parceria entre a Rússia e o governo do Paraná vinho sendo discutida desde julho. De acordo com o presidente do Tecpar, o instituto foi procurado pelos russos pelo fato de ser reconhecido internacionalmente pela inovação.
Mas ainda que os testes finais confirmem que a vacina poderá ser usada pelos seres humanos sem nenhum risco, aqui no Brasil ela só começaria a ser distribuída no segundo semestre do próximo ano.