A adolescente e ativista sueca Greta Thunberg acaba de ganhar o
Prêmio Gulbenkian para a Humanidade. pelo qual vai receber 1 milhão de euros, quase R$ 7 milhões de reais, e decidiu doar o equivalente a R$ 610 mil para ajudar um projeto de combate ao novo coronavírus entre índios da Amazônia.
“Todo o prêmio em dinheiro será doado pela minha fundação a diferentes organizações e projetos que trabalham para ajudar pessoas na linha de frente afetadas pelas crises climática e ecológica, principalmente no Sul Global”, afirmou Greta em suas redes sociais.
A ativista vai doar o dinheiro para a campanha SOS Amazonia, do movimento Fridays for Future, lançado em junho. O recurso deverá ser usado para compra insumos médicos e serviços de medicina para atender a população que vive na Floresta Amazônica.
De acordo com estimativas de organizações da sociedade civil que atual na floresta, mais de 10 mil indígenas contraíram a Covid-19 até o início deste mês. Conforme dados da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), as comunidades indígenas na bacia amazônica são cinco vezes mais atingidas pelo doença do que o restante do Brasil.
Prêmio milionário
Greta ganhou o prêmio no valor de 1 milhão de euros após ser selecionada entre 136 candidatos em 46 países no concurso promovido pela Fundação Calouste Gulbenkian, de Portugal.
Além do valor a ser doado ao Brasil, outros 100 mil euros serão destinados à fundação Stop Ecocide, que pretende pressionar o Tribunal Penal Internacional em Haia (Holanda) a condenar pessoas responsáveis pela destruição em larga escala do meio-ambiente.
Pedido de socorro
Recentemente, um movimento encabeçado pelo fotógrafo Sebastião Salgado e sua mulher, a arquiteta Lélia Wanick, com o apoio de diversas personalidades, intelectuais e artistas do Brasil e do mundo, fez um apelo a autoridades brasileiras para que adotassem medidas imediatas para proteger a população indígena brasileira do coronavírus.
“Sem nenhuma proteção contra esse vírus altamente contagioso, os índios sofrem um risco real de genocídio, por meio de contaminações provocadas por invasores ilegais em suas terras”, diz um trecho do manifesto lançado pelo fotógrafo, que lembra que há cinco séculos esses grupos étnicos foram dizimados por doenças trazidas pelos colonizadores europeus.
O temor do fotógrafo Sebastião Salgado , que conhece bem os índios da Amazônia por conta de vários trabalhos que já fez na região, era que algumas etnias possam até ser dizimadas pelo novo coronavírus.