Os jovens que decidiram se dedicar a uma boa causa

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Jovem Dean Schneider deixou carreira na Suíça para cuidar de animais maltratados na África do Sul. Foto - Instagram - Dean Schneider
Jovem Dean Schneider deixou carreira na Suíça para cuidar de animais maltratados na África do Sul. Foto - Instagram - Dean Schneider

O suíço Dean Schneider , 27 anos, decidiu, em 2017, deixar uma promissora carreira no mercado financeiro, vendeu tudo que tinha e foi para a África do Sul cuidar de animais vítimas do ser humano, especialmente leões. Lá, numa área de 400 hectares, criou o clube Hakuna Mipaka, que na língua africana suaili significa “sem limites”.

Como profissional de finanças, abriu sua própria empresa e chegou a ter 50 funcionários. Fascinado por por animais, passou a infância e a adolescência estudando e assistindo documentários sobre eles. Até que decidiu que estaria feliz cuidando de animais maltratados pelos humanos. “Protegemos apenas o que amamos”, costuma dizer o jovem.

O jovem mostra o trabalho que faz num perfil que criou no Instagram e virou uma celebridade nessa rede social. Já tem quase 8 milhões de seguidores.

O jovem que espalha luz

Vitor Belota prepara garrafa pet para ser instalada em residência sem energia elétrica. Fotos - Litros de Luz - Divulgação
Vitor Belota prepara garrafa pet para instalar em residência sem energia elétrica. Fotos – Litros de Luz – Divulgação

Exemplo como o do suíço, entretanto, existem em vários países, inclusive no Brasil. É o caso, por exemplo, de Vítor Belota, 30 anos, de Brasília, formado em administração de empresas e bacharel em direito, que decidiu fazer da solidariedade a sua carreira. É empreendedor social.

Em 2014, como o Boas Novas já contou, ele criou uma ONG para levar luz a milhares de pessoas de comunidades em vários cantos do Brasil, chamada
Litro de Luz. Sim, apesar de estarmos no século 21, existem milhares de brasileiros que não têm acesso à energia elétrica.

A decisão de criar a ONG nasceu após um intercâmbio que ele fez no Quênia, para onde foi dar aulas de matemática e inglês. Lá, percebeu que as salas de aula eram muito escuras e decidiu correr atrás de uma solução eficaz e acessível. Descobriu que o mecânico mineiro Alfredo Moser, de Uberava, havia inventado uma espécie de lâmpada de pet.

Garrafas de plástico são enchidas com água e alvejante e colocadas no telhada. Expostas à incidência dos raios solares, pelo processo de refração da luz na água, os recipientes conseguem iluminar o ambiente. Cada garrafa fornece a mesma quantidade de luz que uma lâmpada de 55 watts, com a vantagem de não emitir gás carbônico. Usando as pets, Belota levou luz para 14 escolas do Quênia.

Aqui no Brasil, ele decidiu incorporar ao trabalho as placas solares, para que casas e comunidades carentes possam dispor de luz também durante o período da noite. Sua Litro de Luz impactou mais de 16 mil pessoas, espalhando luz em estados como, Amazonas, Paraíba, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina, além de Brasília e Goiânia.

Nós, os empreendedores sociais, usamos muito a palavra esperança, mas não no sentido de quem espera, mas que age para transformar. Por mais que seja cansativo, que você se veja diante de realidades muito cruéis, você está fazendo parte de um processo de mudança. É uma vida mais completa”, explicou Belota ao Boas Novas.

Resgatando dignidade

O arquiteto Leonardo Finamor – Foto – arquivo pessoal

A história do arquiteto Leonardo Finamor, de Bragança Paulista, interior de São Paulo, também é inspiradora. Em 2013, com apenas 23 anos, ele decidiu criar a ONG Reparação, com a missão de reformar casas de pessoas muito carentes em áreas de grande vulnerabilidade social na sua cidade.

O jovem, que concluiu arquitetura numa renomada universidade italiana, conta que ele teve, em 2013, com a sua recém-criada empresa, um ano tão excepcional que achou que precisava fazer algo para agradecer. Depois de muito pensar, descobriu que queria, com a sua profissão, ajudar a retirar alguns moradores da cidade da condição degradante em que viviam.

A Reparação só atua em Bragança Paulista, mas Leonardo conseguiu plantar a semente da ONG em várias partes do país. A cada reforma que é executada, que conta com a ajuda de voluntários, um grupo de observadores de várias partes do Brasil acompanha o trabalho para replicar a ideia em suas cidades.

“É preciso acreditar no poder da reparação física e emocional de tudo e de todos que nos cercam. Nestes tempos tão estranhos, tão intolerantes e radicais, que a gente possa manter a serenidade, encher o coração de esperança e sempre prestar auxílio àqueles que necessitam”, declarou Leonardo ao Boas Novas.

Apaixonado por cães

Assim como o suíço Dean, Esdras Andrade, 24 anos, de São José dos Campos (SP), é também apaixonado por animais desde criança. A paixão cresceu ainda mais quando, aos 13 anos, ele fez um curso de adestramento de cães. Nessa época, voltando um dia para casa, encontrou uma cadelinha atropelada na estrada. Achou que estivesse morta, mas quando tocou no animal ouviu um chorro.

Esdras Andrade, 24 anos,  resgata animais desde os 13 anos de idade. Foto - Vaquinha Voaa
Esdras Andrade, 24 anos, resgata animais desde os 13 anos de idade. Foto – Vaquinha Voaa

Levou a cadelinha para casa e começou aí o seu trabalho de resgate de animais abandonados e vítimas de maus-tratos, que só cresceu ao longo dos últimos anos. Logo em seguida ele criou o projeto Abrigo Escola, para acolher os animais de rua e estimular a adoção, que hoje acolhe cerca de 300 animais.

O jovem, que hoje é conhecido como Esdras Protetor, também tornou-se um fenômeno no instagram. Seu perfil já conta com 1,5 milhão de seguidores. Veja, no vídeo abaixo, um pouco do trabalho do Esdras na sua Escola Abrigo.

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