A farmacêutica francesa Sanofi, que tem grande tradição na produção de vacinas contra a gripe, decidiu também entrar na corrida para encontrar um imunizante para a doença provocada pelo novo coronavírus, a Covid-19.
Para tentar alcançar os concorrentes que estão claramente na dianteira, como a Universidade de Oxford/AstraZeneca e a chinesa Sinovac Biotech (que estão já na fase 3, que é a testagem num grande número de pessoas), a Sanofi decidiu testar dois tipos de vacina e espera que pelo menos uma delas esteja disponível no primeiro semestre do próximo ano.
Uma das parceiras da francesa nas pesquisas de uma das vacinas é a britânica GlaxoSmithKline (GSK). A vacina Sanofi-GSK contém uma versão sintetizada em laboratório da proteína “spike” do coronavírus, que decora a superfície do vírus e é crucial para sua capacidade de entrar nas células hospedeiras.
Essa chamada vacina recombinante também é formulada com um dos adjuvantes proprietários da GSK, compostos que podem melhorar a resposta imune do corpo a um ataque de vírus, aumentando, em teoria, o poder de permanência de uma determinada vacina. Os testes da fase 1 e 2 dessa vacina começarão a ser realizados, conforme informaram as duas empresas, a partir de setembro.
A Sanofi está também trabalhando no desenvolvimento de uma outra vacina contra a Covid-19 em parceria com a Translate Bio, uma empresa americana. Essa é baseada na tecnologia de mRNA, uma abordagem adotada por vários concorrentes da francesa, como a também americana Moderna e uma parceria entre BioNTech, Pfizer e Fosun Pharma.
Promissoras
Essas vacinas de mRNA são novas e nenhuma, até o momento, foi liberada para uso em humanos. Mas elas são consideradas muito promissoras. São projetados para convencer as células humanas a fabricar proteínas que se assemelham àquelas produzidas pelo coronavírus. O objetivo é obter uma forte resposta imune que proteja o corpo contra doenças caso o vírus real tente se instalar.
O trabalho da Sanofi em duas vacinas, conforme comunicado da empresa, aumenta a probabilidade geral de sucesso e fortalece a capacidade da farmacêutica para se preparar para possíveis pandemias futuras. No caso da vacina que está sendo desenvolvida em parceria com a britânica GSK, a Sanofi informa que tem capacidade de, após sua aprovação, produzir 1 bilhão de doses por ano.