A escritora norte-americana Maya Angelou, uma das mulheres mais importantes do século 20 e grande ativista do movimento negro nos Estados Unidos, é autora de um libelo contra o racismo, que é o poema Ainda Assim Eu Me Levanto (Still I Rise). Em tempos de “Black Lives Matter” (Vidas Negras Importam), que começou recentemente em Mineápolis e se espalhou pelo mundo, nada mais atual que Maya Angelou.
Seu poema Still I Rise acaba de ganhar nova interpretação na voz do conhecido ator e escritor Miguel Falabella. Cumprindo quarentena por conta do coronavírus, Miguel usou suas redes sociais para reler o poema famoso, em tradução feita por ele mesmo. Antes, ele fala um pouco da trajetória da escritora.
Nascida Marguerite Ann Johnson, em 4 de abril de 1928, em St. Louis, Missouri (EUA), Maya era o apelido de infância e Angelou foi o sobrenome de um de seus maridos. Foi atriz, diretora, condutora de bonde, amiga de Martin Luther King e Malcolm X, com quem lutou em defesa dos direitos dos negros.
Estuprada aos 8 anos de idade pelo namorado da mãe, ficou cinco anos sem falar após o ato de violência. Sua consagração literária veio com o livro de memórias “I Know Why the Caged Bird Sing” (Eu Sei por que o Pássaro Canta na Gaiola), em 1969, em que narra a infância no sul racista de seu país natal. O livro se tornou o primeiro best-seller de não ficção escrito por uma afro-americana.
Foi conselheira dos presidentes Bill Clinton e Barack Obama (o primeiro presidente negro da história dos Estados Unidos). Do último, recebeu a medalha Presidencial da Liberdade, a maior honraria concedida a um civil no país. Em 28 de maio de 2014 Maya faleceu, aos 86 anos.
Na tradução de Miguel Falabella, um dos trechos do poema de Maya diz assim:
- “Do mais profundo vão da vergonha da história eu me levanto; de um passado que fincou suas raízes na dor, eu me levanto; eu sou um oceano negro imenso e atormentado ao sabor das marés, sou batido, sou jogado, mas deixo para trás as noites de terror e me levanto; em busca de uma aurora que me acenda o amor eu me levanto; e porque trago todos os dons dos meus antepassados, porque eu sou o sonho e a esperança de todo o ser escravizado, é que eu me levanto; eu me levanto, eu me levanto.”
Ouça abaixo, com Miguel Falabella, o poema de Maya Angelou “Ainda Assim eu Me Levanto”.