Um grupo de empresários decidiu lançar um movimento pelo país para pedir que as empresas não demitam funcionários durante a pandemia da Covid-19, que já está afetando a economia do mundo inteiro. Já aderiram ao momento “não demita” desde pequenos grupos, que têm um número pequeno de trabalhadores, até grandes conglomerados, que empregam milhares de pessoas.
“Esta é uma convocação de empresário para empresário“, diz texto no site do movimento, que convida os empregadores de todo o país a aderir ao manifesto. “Esta crise tem data para acabar”, ressalta outro trecho do texto.
“Neste momento, o Brasil é um país de heróis. Na saúde, milhares de profissionais dão o melhor de si e correm riscos para salvar vidas nos hospitais. Em outros setores da economia, milhões de brasileiros trabalham todos os dias para manter nossas cadeias de fornecimento intactas. Eles garantem o funcionamento das fábricas, o abastecimento e o transporte público”, assinala outro trecho do manifesto “não demita”.
“Já o nosso ato de coragem é outro: cuidar dos funcionários que dependem de seus salários e de nossas empresas. Por isso, fazemos este chamamento e assumimos, nós mesmos, este compromisso: empresários, mantenham seus quadros pelo menos nos próximos dois meses”, pedem os organizadores do movimento.
Apelo pelos informais
O “não demita” faz também um apelo às empresas que têm melhores condições financeiras para ajudarem os trabalhadores informais, um contingente de milhões de brasileiros que não têm emprego formal, mas lutam todos os dias para garantir o seu ganha pão.
“Se você tiver força financeira, ajude as pessoas que moram nas nossas comunidades a terem condições de sobrevivência. Essas pessoas também são empreendedoras. São os vendedores de pipoca, de cachorro-quente, as manicures e diversos outros que não têm com quem contar. Elas também ajudam a levar o nosso país para frente, mas neste momento não podem sair de casa para lutar pela sobrevivência’, assinala o texto.
Perto de 150 empresas se comprometeram até agora em não demitir funcionários, como os bancos Itau, Santander, Bradesco e BTG, as varejistas Magazine Luísa, lojas Renner e C&A, as construturas MRV, Cyrela e Cosan; estão também na lista Natura e Boticário, do setor de cosméticos, entre várias outras. A expectativa é que as adesões crescem nos próximos dias.
Empresário: “não demita”.