Desde setembro, um Centro de Panificação instalado num centro educacional de Simões Filho, cidade de 133 mil habitantes na região metropolitana de Salvador, está produzindo o panetone Santa Dulce, muito procurado na época de Natal, para ajudar a bancar a educação, em tempo integral, de 780 crianças em situação de vulnerabilidade social.
O Centro Educacional Santo Antônio é um dos 21 núcleos de atendimento das Obras Sociais Irmã Dulce (OSID), que são mantidas por doações e, especialmente, pela venda de panetones e outros produtos que levam o nome da religiosa.
O Centro de Panificação foi criado em 1991 e produz pães, broas, cookies e brownies durante o ano todo. De setembro a dezembro, os panetones Santa Dulce entram na linha de produção e ajudam a alavancar as vendas, que são revertidas 100% ao centro educacional.
Esperança de uma vida melhor
Segundo a coordenadora geral das Obras Sociais Irmã Dulce, Iêda França, a expectativa para 2019 é chegar a 540 mil unidades do panetone Santa Dulce, um crescimento de 30% em relação ao ano anterior. Para dar conta da alta demanda, 80 pessoas, entre profissionais fixos e temporários, trabalham na produção.
O panetone Santa Dulce é produzido em três sabores: frutas, chocolate e zero açúcar e lactose. “Em 1996, decidimos incluir a produção de panetones para inovar na produção e aumentar os ganhos, que auxiliam nossos alunos, vindos de áreas de favela e com poucas oportunidades, a melhorar a realidade sociocultural e ter esperança de uma vida melhor”, explica a coordenadora.
Os alunos do Ensino Fundamental do Santo Educacional Santo Antônio têm acesso a arte-educação, inclusão digital, atividades esportivas, assistência médica e odontológica, e recebem alimentação, uniforme e material escolar gratuitamente. As obras sociais Irmã Dulce funcional desde 1959, boa parte delas concentradas em Salvador.
As Obras Sociais Irmã Dulce realizam, anualmente, em parceria com o Sistema Único de Saúde (SUS), 3,5 milhões de atendimentos, além de 18 mil internamentos e 12 mil cirurgias. No total, 11,5 mil pacientes com câncer recebem tratamento todos os meses e, diariamente, cerca de duas mil pessoas recebem algum tipo de assistência em algum dos núcleos que, que servem 1,7 milhão de refeições por dia.
Milagres reconhecidos
Maria Rita de Sousa Lopes Pontes (1914-1992) se tornou, em 13 de outubro deste ano, a primeira pessoa nascida no Brasil a ser reconhecida como santa pelo Vaticano. Para a Igreja Católica, a agora Santa Dulce dos Pobres teve dois milagres reconhecidos: parar um sangramento após uma hemorragia pós-parto e ajudar um devoto com glaucoma a recuperar a visão.