Drones que foram usados para filmar grandes produções em Hollywood, como o Lobo de Wall Stret e Skyfall (007), foram adaptados e hoje ajudam professores da Universidade de Harvard em pesquisas na floresta amazônica brasileira, em parceria com especialistas da Universidade Estadual do Amazonas (UEA).
Scot Martin, professor de ciências e engenharia ambiental da Universidade de Harvard e professor de ciências planetárias e da terra, é um dos pesquisadores que usam os drones para coletar os novos dados da região. Para resistir ao calor e umidade da maior floresta tropical do mundo, esses aparelhos voadores tiveram que passar por algumas adaptações, como conta o professor Scot.
“Normalmente, quando as pessoas pensam em drones, pensam em tirar fotos”, disse o professor. “Esses tipos de drones, chamados hexacopters por suas seis lâminas, também são usados em Hollywood para a produção de filmes e programas de televisão. Em vez de filmar ou tirar fotos, os cientistas colocam um pacote com sensor químico de um quilo na frente. [A embalagem] é como um nariz eletrônico sentindo a floresta”, explicou Scot Martin.
O uso desses hexacópteros está permitindo aos pesquisadores monitorar fendas da floresta que eram inacessíveis anteriormente e avaliar como a área está respondendo às mudanças climáticas, desmatamento e fogo.
Até então, os cientistas contavam com torres, aeronaves e satélites para ajudá-los a entender o habitat, mas os dados coletados eram limitados e considerados tendenciosos para certos ecossistemas. Com os drones, agora há uma maneira de medir as áreas que antes não poderiam ser alcançadas.
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Os sensores acoplados aos drones podem monitorar esses compostos, para determinar como a saúde das plantas está se adaptando a fatores estressantes, como mudanças climáticas e condições climáticas extremas.
“Parece ficção científica louca, mas não é”, garante o professor Scot Martin.