José Saramago é, até hoje, o único autor da língua portuguesa a receber o Prêmio Nobel de Literatura. A honra foi anunciada em 8 de outubro de 1998 e fez com que seus livros ganhassem visibilidade em todo o mundo.
O prêmio foi entregue a Saramago em 10 de dezembro daquele ano. Para celebrar os 20 anos do Nobel de Literatura, a Bússola preparou uma lista com obras do escritor português.
Confira a seguir três livros de José Saramago que mostram como ele reflete sobre a vida e insere a história portuguesa em seus romances. Todos os livros são da Companhia das Letras.
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História do Cerco a Lisboa
Neste livro, Saramago arquiteta uma história de duas camadas. Na primeira, acompanhamos a vida de um revisor, Raimundo Silva, que muda a história do cerco a Lisboa ao acrescentar um não a uma obra. Como consequência, a segunda camada relata como seria a história alternativa.
Esse pequeno ato, mas de grande importância, faz com que Saramago trate não só da história portuguesa, mas investigue também relações afetivas, a solidão e rebeldia.
As Intermitências da Morte
“No dia seguinte, ninguém morreu.” Este talvez seja uma das mais marcantes frases de abertura da história da literatura. E a partir dessa ideia que Saramago discute no livro o que essa perspectiva poderia acarretar para a humanidade.
Ele trata de problemas sociais causados pelas mortes que não acontecem mais e cria uma fantasia ao dar voz à própria morte, invocando o filme “O Sétimo Selo”, de Ingmar Bergman.
O Ano da Morte de Ricardo Reis
Aqui, o escritor abre espaço para outro marco português, o poeta Fernando Pessoa. Saramago usa o heterônimo Ricardo Reis, que nunca foi morto por Pessoa, para trazê-lo de volta a Portugal, em 1936.
Era uma época em que o fascismo ameaçava a Europa, com a Guerra Civil Espanhola e a tensão da Alemanha de Hitler.
O autor mistura realidade e fantasia, com trechos reflexivos para colocar em perspectiva a história portuguesa, seus atores principais e a própria literatura.
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