Casa da Liberdade vai ocupar extinto Dops em BH

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O extinto Dops vai dar lugar à Casa da Liberdade

Memorial dos Direitos Humanos Casa da Liberdade. Esse é o novo nome do edifício onde funcionou o extinto Dops (Departamento de Ordem Política e Social) em Belo Horizonte. A mudança é um marco da luta pela democracia.

O projeto foi apresentado pelo governo de Minas Gerais, após recomendação do relatório final da Comissão da Verdade em Minas Gerais. O documento investigou violações de direitos humanos no período de 1946 e 1988, com foco na época da ditadura militar (1964-1985).

O Dops foi utilizado como local de prisão e tortura de militantes e opositores ao regime militar. O atual governador de Minas, Fernando Pimentel, chegou a ficar preso no prédio.

O projeto para a Casa da Liberdade prevê espaço para eventos culturais, oficinas e seminários. Terá também um centro de pesquisa sobre a história política do país. A proposta é colocar à disposição do público documentos de repressão do período da ditadura militar e do Estado Novo.

O edifício do extinto Dops, localizado na avenida Afonso Pena, região centro-sul de Belo Horizonte, é tombado pelo Iepha-MG (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais) desde 2015. Por isso, as intervenções previstas no projeto devem respeitar as diretrizes de proteção ao patrimônio.

Ali, atualmente, funciona o Departamento de Investigação Antidrogas da Polícia Civil de Minas.

Casa da Liberdade vai conservar história

O projeto arquitetônico é assinado por Gringo Cardia e a proposta de reformulação foi elaborada pela historiadora Heloísa Starling, professora da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Ela também coordena o Projeto República, núcleo de pesquisa e documentação da história recente brasileira, criado em 2001.

“Temos a proposta de uma exposição permanente, com o conceito de que em Minas Gerais são muitos os nomes da liberdade. Queremos conservar a história do Dops e dos fatos que ocorreram ali”, disse Heloísa Starling no evento de apresentação do projeto.

Na cerimônia, o governador Pimentel disse que a Casa da Liberdade será um “espaço de memória e resistência”.

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