Tecnicamente, o Brasil já superou a pior crise de sua história. Esta é a avaliação da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), ao realizar hoje (21/12), em Belo Horizonte, um balanço do ano de 2017. A entidade prevê que o Produto Interno Bruto (PIB), que é o conjunto de todas as riquezas do país, feche este ano com um crescimento de 0,9%, contra uma queda de 3,8% em 2016.
Para o próximo ano, a previsão da Fiemg é que o Brasil vai experimentar um crescimento mais robusto, deixando de vez a crise no passado. Pelos cálculos dos economistas da entidade, o crescimento do PIB em 2018 deverá ser de 3,8%. A se confirmar as projeções da entidade, vai aumentar o número de empregos formais, bem como o consumo, o que é muito bom para a economia do país.
Boa notícia também para a indústria mineira. Depois de três anos (2014, 2105 e 2016) no vermelho, a produção industrial em Minas deve fechar este ano com crescimento de 1,91%, contra uma queda de 12,8% em 2016. Para o próximo ano a previsão é de crescimento de 3,3%.
De acordo com o presidente da Fiemg, Olavo Machado, vários fatores externos contribuíram para que o país conseguisse superar a crise. Um deles foi o crescimento da China, que cresceu 6,7% em 2016 e deve fechar este ano com um incremento no PIB de 6,8%; a recuperação das economias de países desenvolvimentos, como Estados Unidos, a recuperação da economia Argentina, que é um grande parceiro do Brasil, e a recuperação do preço das commodities (como minério de ferro, por exemplo).
Fatores internos
Como fatores internos que estão ajudando o país a superar a crise o presidente da Fiemg citou, entre outros, a taxa de juros que vem caindo e hoje está no menor patamar da história (Selic a 7%, com previsão de mais uma queda), e a inflação deve fechar o ano em 3%, abaixo do centro da meta, que é de 4,5%. Juros mais baixos e inflação em queda têm reflexo direto no consumo da população e melhora o ambiente entre os empresários que já começam, segundo a Fiemg, a repensar decisões de investimento.
No caso da economia de Minas, conforme o economista-chefe da Fiemg, Guilherme Veloso, há indicadores muito positivos em vários setores no Estado, como na indústria automotiva, que já está trabalhando com três turnos, na extrativa mineral, de alimentos, de máquinas e equipamentos e de metalurgia. “Esses setores representam mais de 60% da estrutura produtiva do Estado”, diz Veloso.
Em relação aos empregos, em Minas Gerais o saldo (contratações menos demissões) é positivo em mais de 60 mil postos de trabalho neste ano de 2017. No Brasil, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), o número de empregados é de 250 mil.
Apesar de tímidos, os resultados da economia, em especial da indústria mineira, devem ser comemorados, segundo o presidente da Fiemg. “É um ano em que a indústria começa a dar sinais de crescimento tênues, mas positivos”, assinala Olavo Machado.