O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, anunciou que a prefeitura vai comprar 4 milhões de doses da vacina russa Sputinik V contra a Covid-19. Esse imunizante, que foi o primeiro do mundo a ser registrado oficialmente, comprovou eficácia de 91%.
“Temos que providenciar o trâmite de importação e liberação, mas já tivemos a conversa com a cônsul da Rússia (em BH). Vamos disponibilizar 4 milhões de vacinas assim que a lei permitir e garantir o pagamento adiantado”, informou o prefeito da capital mineira.
Belo Horizonte, para adquirir essas doses, deve desembolsar cerca de R$ 200 milhões – recursos próprios. Conseguindo efetuar a compra, sobretudo se o remédio não demorarem muito para chegar, será de grande importância para o programa de imunização do Estado, que tem quase 21 milhões de habitantes.
A capital tem cerca de 2,7 milhões de habitantes. As quatro milhões de doses seriam suficientes para vacinar 2 milhões de pessoas, uma vez que a vacina russa exige a aplicação de duas doses.
Significa que haverá vacinas suficientes para cerca de 75% dos moradores da capital. Todavia, para conseguir comprar o imunizante russo, a prefeitura vai precisar de autorização da Câmara Municipal de Vereadores.
Fabricação no Brasil
A vacina russa Sputnik V ainda não tem a liberação de uso no Brasil. Mas conforme medida aprovada pelo Congresso Nacional, e já sancionada pelo presidente da República, estados e municípios vão poder adquirir vacinas em outros países. Para isso, entretanto, a única exigência é que ela precisa ter registro em agência reguladora do seu país de origem.
O imunizante já está sendo aplicado em vários países do mundo, como na vizinha Argentina. Lá, mais de 400 mil pessoas já receberam o fármaco russo e não houve registro de nenhum efeito colateral grave entre os vacinados.
Uma vantagem da Sputnik V é que ela será fabricada no Brasil pelo laboratório União Química. A fábrica, que fica no Distrito Federal, tem hoje capacidade para produzir 8 milhões de doses de vacina por mês. O produto, entretanto, poderá também ser importado diretamente da Rússia.
A tecnologia da Sputnik V é similar à da vacina de Oxford/AstraZeneca, contendo a chamada proteína spike do Sars-Cov-2, o vírus da família coronavírus responsável por causar a doença covid-19. Ambas as vacinas podem ser guardadas em temperatura de geladeira, o que facilita a logística da distribuição.