Papo reto com o Anjo da Guarda

5
2013
Pixabel
Pixabel

Um dia desses li um texto que falava sobre escolhas. Infelizmente não sei quem é o autor ou autora. Se você se reconhecer na escrita, por favor, identifique-se e me perdoe pelo descuido.

No texto há um trecho que diz:

“Não sou pra todos. Gosto muito do meu mundinho. Ele é cheio de surpresas, palavras soltas e cores misturadas. Às vezes tem um céu azul, em outras, tempestade. Lá dentro cabem sonhos de todos os tamanhos. Mas não cabe muita gente. Todas as pessoas que estão dentro dele não estão por acaso. São necessárias.”

Sinos, buzinas, banda de música. Tudo pra comemorar o “momento revelação”. Como é que até agora eu não me dei conta disso antes? Ando mesmo distraída. E pensar que eu vivo levando bronca do meu Anjo da Guarda por causa dessa queixa:

  • Gisele, pare de reclamar que você tem poucos amigos. Quem está por perto – não importa como ou por qual meio – é quem realmente importa, quem faz a diferença.
  • Tá bom, Anjo da Guarda, eu já entendi. Vou parar de querer um Mineirão lotado de gente pra chamar de minha.

E quer saber? Não precisa ficar aí se escondendo, porque já sei que você está por perto. Tem até uma pena da sua asa bem aqui. Aliás, nos últimos tempos, ando colecionando suas penas. Minha bolsa anda cheia delas. Daqui a pouco vai dar até pra fazer até um colchão. Humm! Eta que vai ficar macio. Quem sabe assim finalmente vou poder dormir o sono dos justos e até deixo o Patz pra lá?

A Nana, amiga tipo irmã, ri e diz que é bobagem minha. Que esse monte de pena que ando encontrando por tudo quanto é lado é de passarinho mesmo.

  • Que piada, Gisele! Deixa de bobagem. A mangueira tá cheia de passarinho. E o tanto de maritaca e pombo que tem na torre da Igreja? Tem um ninho de sabiá no poste em frente à floricultura e outro no telhado da varanda.

Essa Nana é mesmo uma incrédula! Vê se pode? Duvidar que meu Anjo da Guarda vive por perto. Que se tornou a minha cara metade, a tampa da minha panela, o queijo da minha goiabada. E tem mais. Pena de maritaca é verde, a do pombo é marrom e as do meu estoque são brancas. Ou você já viu Anjo da Guarda verde, marrom …?

Ah, agora o papo reto é com você que me escolheu como amiga. Com você que se decidiu por permanecer no meu mundinho com céu azul, frequentemente surpreendido por chuvas e trovoadas.

  • Chega mais. Ando sentindo a sua falta. Faz tempo que não me aglomero com você. Mande acenos, beijos, abraços cartas e bilhetes. Quem sabe assim posso dar uma trégua pro meu Anjo da Guarda?

Ah, e sobre as tais chuvas e trovoadas que insistem em tumultuar o céu azul do meu mundinho, acho que são reflexos da tal “zona de confluência do Atlântico Norte? Ou seria Atlântico Sul? Sei lá. Melhor perguntar pra “moça do tempo”.

5 COMMENTS

  1. Também acredito no anjo da guarda. Essas perninhas achadas por acaso é uma benção de Deus. É a certeza de que não estamos só.

  2. Pois é Gisele, e você já pensou que anjos também podem não se fazer presentes deixando peninhas por aí?
    Tenho para mim que existem alguns que tem habilidades com as palavras e escrevem crônicas…
    Que chegam para nos dizer de como é bom fazer parte da vida de alguém especial e nos lembram que distância não existe para os verdadeiros amigos,aqieles que ficam para sempre.
    Esses a gente carrega no coração!
    Como você!

  3. Amo. Da introdução ao final. E quando chega ao final chegam a dona inspiração e a dona das ideias. É isso que seus textos fazem. Tiram a gente do lugar comum e nos coloca no seu mundo mágico cheio de realidades! Obrigada, Gi!

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