A farmacêutica AstraZeneca, que desenvolve uma vacina contra a Covid-19 em parceria com a Universidade de Oxford, informa que a Agência Regulatória de Produtos de Saúde e Remédios do Reino Unido iniciou uma revisão acelerada do imunizante. Na prática, significa que a vacina poderá ser aprovada com mais rapidez, talvez ainda no mês de novembro.
A vacina de Oxford está na fase final de testes, inclusive no Brasil, quando ela é aplicada num grande número de pessoas para confirmar sua segurança e eficácia. Cerca de 8 mil voluntários brasileiros participam da fase de testes, trabalho que está sendo coordenado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
O governo brasileiro firmou um acordo com laboratório AstraZeneca e a Universidade de Oxford para comprar 100 milhões de doses dessa vacina. A expectativa é que 30 milhões de doses cheguem ao Brasil até dezembro. Confirmada o imunizante é mesmo eficaz contra o novo coronavírus, a Fiocruz vai produzir, no primeiro semestre do próximo ano, mais 70 milhões de doses.
Nesse processo de revisão acelerada, a agência regulatória vai poder ver os dados clínicos em tempo real e conversar com a farmacêutica sobre o processo de produção e dos testes, com o propósito de acelerar o processo de aprovação da vacina.
Se for aprovada na Inglaterra, a vacina, par ser usada no Brasil, precisará de aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A direção da agência brasileira já informou que está preparada para também acelerar o processo de aprovação do medicamento no país.
38 milhões de brasileiros vacinados
Havendo aprovação da vacina de Oxford pelas autoridades sanitárias do Brasil, há possibilidade de que a vacinação de uma parcela da população brasileira comece em meados de dezembro. As 30 milhões de doses que o país vai receber serão suficientes para vacinar 15 milhões de pessoas, uma vez que o imunizante precisa ser aplicado em duas doses.
Além da vacina de Oxford, outra em fase de testes no Brasil que tem boas chances de ser aprovada também este ano é a chinesa Coronavac, desenvolvida pelo laboratório Sinovac. Aqui no Brasil ele foi aplicada em 13 mil voluntários, num trabalho que está sendo coordenado pelo Instituto Butantam, e nenhum apresentou efeitos colaterais considerados graves.
Sendo aprovada, o Brasil vai receber, até dezembro, 46 milhões de doses da vacina (seis milhões devem chegar esta semana ao país) chinesa, quantidade que será suficiente para vacinar 23 milhões de pessoas (ela também exige a aplicação de duas doses).
Portanto, num cenário bem otimista, 38 milhões de brasileiros poderá receber uma vacina contra a Covid-19 ainda este ano.