Apesar da pandemia do novo coronavírus e do fato de o país ser o segundo do mundo em número de mortes pela Covid-19, o brasileiro é um povo feliz, conforme pesquisa Global Happiness 2020, do instituto Ipsos. No levantamento deste ano, 63% dos brasileiros se disseram felizes, uma oscilação de dois pontos percentuais em relação ao número do ano passado (61%).
A pesquisa da Ipsos foi aplicada em 27 países, entre os dias 24 de julho e 7 de agosto. Ao todo, foram ouvidas 19.516 pessoas, usando uma plataforma online desenvolvida pela empresa. No Brasil, foram ouvidos 1.000 moradores, e a margem de erro nos dados relativos ao país foi estimada em 3,5 pontos percentuais, para mais ou para menos.
Apesar da pequena oscilação em relação aos números do ano passado, os motivos que levam os brasileiros a se considerarem felizes mudaram em 2020, em relação ao ano passado. A pesquisa mostra que, durante a pandemia, o brasileiro parece ter passado a dar mais importância para as relações interpessoais.
Pelo levantamento, menos pessoas mencionaram como fonte de felicidade a situação da economia e a própria situação financeira. Todavia, mais brasileiros citaram a relação com o cônjuge ou namorado e com os amigos como motivos para a felicidade.
Neste ano, também ganhou destaque as doações aos necessitados ou o trabalho voluntário e até o fato de ter sido perdoado por alguma falta contra outra pessoa.
Diversidade de motivos
A pesquisa listou 29 possíveis motivações para a felicidade, e pedia aos participantes para que indicassem o quanto cada uma delas poderia trazer “mais felicidade”, “alguma felicidade” ou felicidade nenhuma para suas vidas.
Segundo Sandra Zlotagora Pessini, diretora de comunicação da Ipsos no Brasil, no caso dos brasileiros chamou a atenção a diversidade de motivos que foram considerados importantes para ter uma vida feliz.
Os fatores mais citados pelos brasileiros, em ordem de importância, foram a saúde/bem estar físico (68%); sentir que a vida tem um significado (62%); ter um bom emprego (62%); ter controle sobre a própria vida (60%) e a segurança e proteção pessoais (59%).
“Se olharmos o ‘top 10’ das fontes de felicidade dos brasileiros, em primeiro lugar aparece a saúde física e mental, o que faz ainda mais sentido num contexto de pandemia”, assinala Sandra. “No caso brasileiro, chama a atenção o fato de que a felicidade é composta por muitas dimensões além da questão econômica. Os amigos, o tempo livre ou de lazer; a vida afetiva. Tudo isso impacta na percepção de felicidade”, diz a diretora do Ipsos.
Mas desde a primeira edição da pesquisa, em 2011, o índice de felicidade no Brasil caiu 14 pontos percentuais. Naquele ano, 77% dos moradores do país se diziam felizes. Segundo o levantamento, o ápice da satisfação dos brasileiros com a vida foi em 2013, quando 81% se disseram felizes.
Qual o país mais feliz?
Pela pesquisa Global Happiness 2020, o país mais feliz do mundo em 2020 é a China, onde 93% da população disse que se considera feliz. É um crescimento expressivo em relação a 2019, quando 83% dos chineses que responderam ao questionário disseram estar de bem com a vida. Vale lembrar que a China é o país mais populoso do mundo, com 1,4 bilhão de habitantes.
Depois da China, os países onde as pessoas se consideram mais felizes são Países Baixos (87%), Arábia Saudita (80%), a França (78%) e Canadá (78%).