Spiri: aparelho que identifica presença de coronavírus no ar

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Uma tecnologia desenvolvida pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e pela startup Omni-electronica identifica a presença do coronavírus no ar, tornando possível o monitoramento da segurança de ambientes com grande concentração de pessoas. Trata-se de mais uma ferramenta que pode ajudar na retomada das atividades econômicas de forma mais segura.

A Omni já havia desenvolvido um sistema multissensorial para monitoramento da qualidade do ar em ambientes internos, batizado de Spiri. O nome tem origem latina e traduz o verbo “respirar”. Os pesquisadores, em conjunto com o Hospital das Clínicas da USP, fizeram uma adaptação para que ele pudesse detectar também o coronavírus.

Spiri é capaz de detectar presença do coronavírus no ar em ambientes fechados - Foto - Omni - divulgação
Spiri é capaz de detectar presença do coronavírus no ar em ambientes fechados – Foto – Omni – divulgação

Durante dois meses, o grupo de pesquisadores fez diferentes amostragens do ar no Hospital das Clínicas, com duas, seis e oito horas. A equipe utilizou, acoplado ao sistema Spiri, um coletor que tinha, entre outros componentes, uma membrana filtrante de politetrafluoretileno (PTFE), capaz de reter unidades do vírus.

A membrana era então enviada a um laboratório parceiro, que realizava os testes de PCR (que identifica o RNA viral) em tempo real. Este é o mesmo teste que é feito com amostras coletadas na boca e na narina das pessoas, considerado o mais eficiente para definir se há infecção pelo novo coronavírus.

“O complexo do HC é antigo, com janelas em todos os ambientes. Mesmo sendo um local com alta incidência do vírus, a ventilação adequada faz com que ele não fique tanto tempo no ar”, explica Arthur Aikawa, coordenador do estudo e CEO da Omni.

Spiri por assinatura

Arthur Aikawa, CEO da Omni - foto - redes sociais
Arthur Aikawa, CEO da Omni – foto – redes sociais

A empresa oferece o Spiri, que vai monitorar a qualidade do ar, por meio de uma assinatura. Um aparelho é instalado no local a ser monitorado, com vários sensores integrados, e envia as informações para a central, que gera laudos online em tempo real.

Com os resultados, os técnicos, então, podem instruir o cliente sobre a melhor forma de aumentar a circulação do ar quando ela não está adequada. “Temos uma base de dados bastante robusta sobre a qualidade do ar em ambientes internos, sabemos como são transmitidos os vírus respiratórios e como as infecções se intensificam nos meses de inverno”, ressalta Aikawa.

“Quando começou a pandemia do novo coronavírus – acrescenta o profissional – ficou bem claro para nós que a disseminação em ambientes internos era o cenário mais provável, embora isso ainda não fosse muito falado, nem mesmo pela Organização Mundial de Saúde (OMS)”.

Os resultados do estudo, mais uma contribuição de pesquisadores brasileiros na luta contra o novo coronavírus, que já infectou cerca de 16 milhões de pessoas no mundo (só no Brasil são cerca de 3 milhões), estão sendo preparados para publicação em periódico científico.

Com agência Fapesp

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