O jovem mexicano Javier Larragoiti, de 18 anos, começou a estudar engenharia química na faculdade do México e logo após inciar os estudos descobriu que o pai estava com diabetes tipo 2. Ele decidiu, então, dedicar seus estudos para encontrar uma alternativa de adoçante para o pai, que não conseguia usar os tradicionais e, portanto, não abria mão do açucar. Javier acabou descobrindo uma forma mais barata de extrair xilitol do milho, uma vez que a principal desvantagem do produto é o seu alto preço.
“Meu pai tentou usar stevia e sucralose, mas odiava o sabor e não fazia direito a sua dieta”, contou Javier para a imprensa mexicana. Stevia e sucralose são alternativas populares de adoçantes recomendados para pacientes com diabetes em substituição ao açúcar tradicional.
O estudante de química começou, então, a estudar o xilitol, uma substância classificada como um álcool de açúcar, que pode ser naturalmente encontrado em muitas das frutas e legumes que consumimos diariamente. Para fins comerciais, o xilitol costuma ser extraído do milho ou então da casca de bétula.
“Ele tem tantas boas propriedades para a saúde humana e o mesmo sabor que o açúcar, mas produzi-lo era muito caro”, disse Javier. “Então, decidi começar a trabalhar em um processo mais barato para torná-lo acessível a todos”, explicou.
Aproveitando milho descartado
Como o México é grande produtor de milho, o estudante achou que o melhor seria usar o grão para extrair o adoçante. Ai ele descobriu que o seu país descarta, por ano, 28 milhões de toneladas de milho, que normalmente são queimadas, gerando também um problema ambiental.
O estudante de química, com suas pesquisas, encontrou uma fórmula para produzir xilitol de espigas de milho descartadas, que já foi até patenteada. Javier criou uma startup, a Xilinat, que passou a comprar resíduos de milho de 13 agricultores locais e passou a produzir uma tonelada de xilitol por ano.
Com seu trabalho, recebeu um prêmio de US 310 mil (o equivalente a R$ 1,2 milhão). Com o dinheiro, o jovem mexicano vai conseguir aumentar sua produção em dez vezes. Além de conseguir colocar no mercado um xilitol mais barato, ele também vai evitar a queima de mais de 10 toneladas de espigas de milho. O meio ambiente agradece.
O México é o país que tem a segunda maior taxa de obesidade do mundo, que é um fator de risco para diabetes tipo 2. “Meu pai está super feliz”, diz Javier. “Ele usa meu produto todos os dias e não sai mais da dieta”, conta o estudante, que está certo de que sua fórmula vai ajudar também milhares de mexicanos que têm diabetes ou que queiram perder peso.