A professora Santuza Teixeira, do Departamento de Bioquímica e Imunologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), está coordenando uma pesquisa que representa uma nova esperança para pacientes com doença de Chagas.
Com base em técnicas de edição de genona, a pesquisadora trabalha para desenvolver uma vacina para o tratamento da doença e em outra que pode representar a sua cura. Em testes realizados em camundongos, os resultados foram considerados muito promissores.
As técnicas de edição de genoma, como explica a professora Santuza, não chega a ser novidade, já que elas existem desde os anos 70, embora não fossem muito eficientes. A novidade é que, a partir de 2012, pesquisadores dos EUA desenvolveram uma nova técnica, denominada CRISPR, muito mais eficiente do que as anteriores.
Com esse método, bactérias são manipuladas para fazer a edição específica de um determinado genoma, possibilitando a aplicação da técnica em organismos complexos, como seres humanos. A edição de genomas, explica a professora Santuza, é base para o tratamento de doenças causadas por déficit genético, como o tratamento da atrofia muscular, que se vale de uma terapia baseada na alteração do gene.
Depois de um ano de trabalho, os pesquisadores conseguiram gerar uma linhagem mutante do parasita Tripanosoma cruzi, agente causador da doença de Chagas. Graças ao uso da técnica de CRISP, o camundongo não foi infectado pelo parasita e ainda foi imunizado contra o parasito virulento. A ideia, segundo a professora, é tornar os camundongos imunes à doença, para, em outra etapa do estudo, aplicar a técnica em humanos.
Estima-se que existam aproximadamente 12 milhões de portadores da doença crônica nas Américas, e que haja no Brasil, atualmente, pelo menos um milhão de pessoas infectadas por Tripanosoma cruzii.
No vídeo abaixo, feito pela equipe da TV UFMG, a professora Santuza fala dos resultados promissores do seu trabalho, que pode representar a prevenção e o tratamento de doenças animais e seres humanos.