Índia é eleita uma das 100 pessoas mais influentes do mundo

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A ativista indígena Sônia Guajajara é eleita uma das 100 personalidades de 2022. Foto - redes sociais
A ativista indígena Sônia Guajajara é eleita uma das 100 personalidades de 2022. Foto - redes sociais

´A índia brasileira Sônia Guajajara, que pertence ao povo Guajajara/Tentehar, do Maranhão, foi eleita pela revista norte-americana Time como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo de 2022. A lista foi divulgada nesta segunda-feira (23-05) e nela também aparece o pesquisador brasileiro Tulio de Oliveira, responsável por sequenciar a variante Ômicron do Coronavírus na África do Sul. 

A história de Sônia é inspiradora. Ela nasceu em 1974 e saiu de casa aos 10 anos para trabalhar na cidade maranhense de Imperatriz – trabalho em casas de família em troca de moradia. Aos 15 anos, recebeu ajuda da Fundação Nacional do Índio (Funai) para cursar o ensino médio em Minas Gerais.

Mas foi mais longe. Formou-se em Letras e Enfermagem e fez pós-graduação em Educação Especial na Universidade Estadual do Maranhão.  De acordo com a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), ela começou sua militância indígena e ambiental ainda jovem, nos movimentos de base.

Foi conquistando espaço com a militância e ganhou projeção em órgãos internacionais, como no Conselho de Direitos Humanos da ONU. Sua militância em ocupações e protestos começou na coordenação das organizações e articulações dos povos indígenas no Maranhão (COAPIMA). Antes disso, passou pela Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB).

No Rock in Rio de 2017, a estrela Alicia Keys, engajada em causas ambientais, cedeu seu espaço no palco principal para que Sônia Guajajara discursasse pela demarcação de terras na Amazônia, momento em que foi ovacionada pelo público. A fala aconteceu durante a execução da música “Kill Your Mama, que aborda justamente a devastação do meio ambiente. 

Em 2018, Sônia foi candidata a vice-presidente da República em chapa encabeçada por Guilherme Boulos (PSOL). Sobre ela, Boulos deu a seguinte declaração à revista Time:

  • “Desde tenra idade, ela lutou contra forças que tentam exterminar as raízes de sua comunidade há mais de 500 anos. Sônia resistiu e continua resistindo até hoje: contra o machismo, como mulher e feminista; contra o massacre de povos indígenas, como ativista; e contra o neoliberalismo, como socialista.”

Sônia Guajarara teve também um papel de destaque na luta pelos direito dos índios ao longo da pandemia da Covid-19. “Sônia é uma inspiração, não só para mim, mas para milhões de brasileiros que sonham com um país que salda suas dívidas com o passado e finalmente acolhe o futuro”, disse ainda Boulos na revista Time.

Pesquisador

Pesquisador brasileiro Túlio de Oliveira - foto - redes sociais
Pesquisador brasileiro Túlio de Oliveira – foto – redes sociais

O pesquisador Tulio de Oliveira, outro que está na lista das 100 mais influentes do mundo, é diretor do Centro para Respostas e Inovação em Epidemias (CERI) na África do Sul, onde vive desde 1997. Oliveira ganhou destaque ao chefiar uma das equipes envolvidas na descoberta da variante ômicron do Coronavírus no país e por compartilhar os dados com a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Com Agências Internacionais

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