A Organização Mundial de Saúde (OMS) acaba de aprovar a primeira vacina contra a malária, doença que mata cerca de 500 mil pessoas a cada ano, 95% desse total em países da África, sendo que metade é de crianças com menos de 5 anos de idade. No Brasil, morreram da doença, em 2019, 153 mil pessoas.
“Esse é um dia histórico na medicina e pode abrir as portas para o controle de outras doenças”, declarou Tedros Ghebreyesus, diretor-geral da OMS. A produção da vacina contra a malária vai começar na Índia, maior país produtor de imunizantes do mundo, mas a ideia é de que haja uma ampla transferência de tecnologia.
A nova vacina, chamada Mosquirix, foi elaborada pela GlaxoSmithKline após 30 anos de pesquisas. Ela mostrou que é eficaz contra o patógeno da malária mais prevalente na África. O imunizante é o primeiro a lidar com uma doença parasitária e é recomendada para a região africana e outras que tenham a incidência do mesmo patógeno.
Nos testes clínicos, a vacina teve uma eficácia de cerca de 40% contra a malária durante os 12 primeiros meses e 30% de redução de malária severa. Mas a taxa cai para zero no quarto ano. Mesmo assim, os estudos indicam que, se for implementada, ela pode salvar 23 mil crianças por ano e evitar a contaminação, também por ano, de mais de 5 milhões de novos casos.
Nos países da África, de acordo com a OMS, a vacinação contra a malária terá também um grande impacto econômico, pois a cada ano o continente perde, por conta da doença, US$ 12 milhões (o equivalente a R$ 60 bilhões).
A recomendação do fabricante é que sejam aplicadas quatro doses da vacina nas crianças. Para ser aprovado, o imunizante foi testado em 800 mil crianças do Quênia, Malawi e Gana, onde foram ministradas 2,3 milhões de doses.
O que é a malária
A malária é uma doença febril aguda, causada por protozoários do gênero Plasmodium e transmitida pela picada do mosquito Anopheles sp, popularmente conhecido como mosquito-prego.
Esse inseto costuma viver em áreas tropicais, principalmente em matas úmidas. Por isso que há uma concentração de casos na região amazônica — e uma preocupação especial com indígenas. Esse inseto costuma viver em áreas tropicais, principalmente em matas ´úmidas.
Entre os sintomas da doença estão febre alta, dor de cabeça, calafrios, dores no corpo, perda de apetite, cansaço, dor nas juntas, vômito, diarreia e dor abdominal. Embora possa causar morte, a doença tem cura e o tratamento é feito pelo Sistema Único de Saúde (SUS), inteiramente de graça.
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