Solteira, sim; sozinha nunca

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Imagem - Pixabay
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Frequentemente sou questionada sobre a minha solteirice.

  • Você nunca quis se casar? Você não se sente sozinha? Você nunca quis ser mãe?

Você não tem ideia de como ouça essas coisas. Para todos, a resposta é não, talvez e sim. Sobre casar, até quis um dia. Mas o universo conspirou e decidiu de uma outra forma. Sobre solidão, de forma alguma. Quem sempre teve muita gente amorosa por perto nunca vai se sentir sozinha. E sobre a maternidade lembro que quando brincava com minhas bonecas imaginava que um dia teria meus próprios filhos. Mas esse desejo passou tão rápido como o tempo. Hoje, tenho meus sobrinhos e sobrinhas e o amor deles me basta. Meu lado maternal encontrou abrigo nos abraços e nos beijos que recebo aos montes.

Ainda sobre esse assunto, dia desses um texto da adorável Cris Lisboa mais pareceu uma provocação. No post ela nos convida a reconhecer a complexidade da vida, as emoções contraditórias e os momentos que nos moldam, celebrando a humanidade em toda a sua diversidade e vulnerabilidade.
“Em algum lugar, exatamente agora, alguém olha pro celular e reza para que os dois risquinhos fiquem azuis e a palavra “digitando” apareça ao lado do que deveria ser um nome de identificação, mas é um aviso “abismo”. Alguém berra “killing me softly with his song” na cozinha e balança os ombros naquela parte do “oh, oh, oh, la, la, la, la”. Em algum lugar. Alguém se desapaixona pra sempre. Alguém lembra da vó, alguém bate um bolo, alguém assiste “A Garota de Rosa-Shocking” no cine cult e pensa que não se fazem mais filmes de sessão da tarde como antigamente. Pensando se já viveu um grande amor, existindo sem muita certeza, com o coração exausto e, mesmo assim, sem amesquinhar afeto. Também com uma ternura a escorrer dos olhos.”
Eta moça danadinha essa Cris! E como se não bastasse o post dela, veio o Gilberto Gil com o Feyjão com uma canção e aí os meus dias passaram a ser embalados por esses versos:
Te dei a minha mão, você largou/ te dei meu coração, desperdiçou / Será que foi um vento que bateu? / Você voou, voou, voou/ Vento que refresca/ Quando a gente deita /Venta tempestade/ Venta brisa fresca (…)”.
Seria mais uma provocação? Estaria o Feyjão, autor da canção, usando o vento como metáfora para me cutucar sobre aquela pessoa que se mandou sem nem ao menos se despedir? Vai vendo.
Ah, sabe aquele amigo, aquele mesmo, do balaio dos bem queridos? Pois, então! Ele teve a “ousadia” de me encaminhar o link de uma reportagem sobre a história de um casal quase centenário, que se conheceu em um site de relacionamentos. Conversa vai, conversa vem, deu match. E o que era para ser só uma brincadeira, evoluiu para uma troca de e-mails e de números de telefone, até que se encontraram pessoalmente. Havia química. Só que o Luiz, viúvo há dois anos, estava querendo casar e a Liça queria só se divertir. Mas, no fim das contas, ela acabou cedendo e nove meses depois os dois foram morar juntos e se casaram. Final feliz para eles. Que bom, né? Mas será que esse amigo estava querendo me indicar o caminho das pedras?
Ah, e pra completar essa ciranda de emoções, uma das minhas irmãs me mandou no PV um post do Ed Siatti, um engenheiro agrônomo e influenciador motivacional brasileiro. O objetivo dos vídeos que publica, diz ele, é orientar as pessoas a viverem com plenitude. Nesse vídeo a que me refiro ele diz que quem está há um bom tempo solteiro(a) é mais difícil de ser conquistada. Isso porque já se acostumou e optou por estar só. Isso a torna mais independente e autossuficiente. Às vezes ela ou ele até se interessa por alguém, mas esse alguém acaba mostrando que o melhor é ficarem sozinhos com eles mesmos. E dá um conselho para quem, apesar disso, ainda quiser se aventurar:

  • Saiba que se você quiser conquistar essas pessoas você vai ter que ser muito bom, vai ter que ser alguém extraordinário. Porque, caso contrário, você pode até tocar a campainha, mas a porta não vai abrir.
  • Uai, Ed Siatti, ocê me conhece? De onde? Ocê é fi de quem?

De qualquer forma, só como informação que ninguém me pediu, esse influencer (mais um, né?) também atua na área de tecnologia voltada para o agronegócio. E o que isso quer dizer? Uai, que de bicho e de natureza esse moço entende. Melhor prestar atenção no que ele diz. Quem avisa amigo (a) é.
Indo. Até mais.

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