A celebrada escritora Adélia Prado, mineira de Divinópolis, acaba de conquistar, aos 88 anos, o Prêmio Camões de Literatura, que é considerado o mais importante da língua portuguesa. Nascida em 1935, dedicou-se à docência por 24 anos antes de se dedicar integralmente à escrita. Sua consagração como escritora veio aos 40 anos com a publicação de “Bagagem” (1976), obra que encantou o poeta Carlos Drummond de Andrade. Em 1978, “O Coração Disparado” a consagrou ainda mais, rendendo-lhe o Prêmio Jabuti.
É o segundo prêmio que Adélia Prado conquista em menos de uma semana. No último dia 20, a Academia Brasileira de Letras (ABL) anunciou que a escritora mineira foi a vencedora do Prêmio Machado de Assis 2024.
Os jurados explicaram porque a mineira foi a escolhida de 2024. “Adélia Prado é autora de uma obra muito original, que se estende ao longo de décadas, com destaque para a produção poética. Herdeira de Carlos Drummond de Andrade, o autor que a deu a conhecer e que sobre ela escreveu as conhecidas palavras “Adélia é lírica, bíblica, existencial, faz poesia como faz bom tempo…”, Adélia Prado é há longos anos uma voz inconfundível na literatura de língua portuguesa”.
Da sua casa, em Divinópolis, ela contou como recebeu a notícia de que havia sido premiada. “Foi com muita alegria e emoção que recebi, quarta-feira (26), um telefonema da ministra da Cultura de Portugal, me informando que fui agraciada com o Prêmio Camões.”
Ao longo de sua trajetória, Adélia presenteou o Brasil e o mundo com mais de 20 livros, transitando por poesia, prosa e antologias. Seus versos, marcados por religiosidade, desejo e reflexões sobre a morte, exploram as angústias femininas e a fé com maestria, conquistando admiradores por todo o planeta.
Após mais de uma década sem publicar, Adélia prepara-se para lançar “Jardim das Oliveiras”, um novo livro de poemas, ainda este ano. A autora também cativa o público com leituras marcantes em seu perfil do Instagram, aproximando-se ainda mais de seus fãs.
Homenagens e Reconhecimento
Em 2020, a Câmara Brasileira do Livro (CBL) já havia anunciado uma homenagem à poeta na edição do Prêmio Jabuti daquele ano, em reconhecimento à sua obra e à sua paixão pelas artes.
Ao receber o Prêmio Camões, Adélia Prado se junta a um seleto grupo de escritores brasileiros que já foram agraciados com essa honraria, como João Cabral de Melo Neto, Jorge Amado, Antonio Candido, Rubem Fonseca, Lygia Fagundes Telles, Ferreira Gullar, Chico Buarque e Silviano Santiago.
A escolha do vencedor do Prêmio Camões é feita por um júri composto por dois representantes de Portugal, dois do Brasil e dois de cada um dos demais países lusófonos: Angola, Guiné-Bissau, Cabo Verde, Moçambique, Timor Leste e São Tomé e Príncipe. Cada membro do júri cumpre um mandato de dois anos.
Adélia Prado: Uma Inspiração para as Gerações Futuras
Com seu talento inigualável e sua voz única, Adélia Prado se consolida como um ícone da literatura brasileira e portuguesa. Sua obra, permeada por sensibilidade, força e profunda reflexão, segue inspirando e emocionando leitores de todas as idades, servindo como farol para as futuras gerações de escritores.
O Prêmio Camões 2024 é mais do que um reconhecimento à brilhante carreira de Adélia Prado; é uma celebração da força da língua portuguesa e do poder transformador da literatura. A conquista dessa honraria serve como um lembrete do impacto imensurável que a obra de Adélia teve e continuará a ter na vida de seus leitores.
