Cidades Esponja: Solução inovadora para os desafios do clima

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Parque alagável de Yanweizhou, em Jinhua, na China. Foto: Turenscape (Divulgação)
Parque alagável de Yanweizhou, em Jinhua, na China. Foto: Turenscape (Divulgação)

Em um mundo marcado pelas mudanças climáticas, a gestão da água se torna crucial para as cidades. As chuvas extremas e secas prolongadas, cada vez mais frequentes, ameaçam a infraestrutura, a saúde pública e a segurança dos cidadãos. É o que está acontecendo no Rio Grande do Sul. Nesse cenário que surge o conceito de cidades esponja, uma solução inovadora que visa transformar os centros urbanos em ambientes mais resilientes e sustentáveis em relação à água.

Taneha Bacchin é professora de Projeto Urbano na Universidade de Delft, na Holanda, país que tem expertise em gestão de águas, uma vez que boa parte do seu território está abaixo do nível do mar. Ela explica o conceito de cidade esponja: “A noção de ‘esponja’ é uma noção em que você gerencia a água da chuva no local. O fluxo dessa água de chuva não está sendo descarregada em outras regiões da cidade. Então, você está gerenciando essa água localmente, no sítio, e absorvendo, armazenando essa água, inclusive, para um uso no futuro, no caso de seca. É realmente uma esponja que faz a absorção da água no local”.

Pioneiro nesse campo, o Dr. Yu Kongjian, da Universidade de Tsinghua na China, é considerado o principal especialista do mundo em cidades esponja. Sua visão holística e multidisciplinar propõe a integração de soluções naturais e tecnológicas para a gestão da água urbana.

Algumas cidades brasileiras já aderiram a algumas técnicas das cidades esponja. Belo Horizonte, São Paulo e Niterói, por exemplo, possuem jardins de chuvas e áreas permeáveis. Mas não temos nenhum município que possa ser classificado como cidade esponja.

Imitando a natureza

Inspirado pelos ecossistemas naturais, o conceito de cidades esponja visa imitar a maneira como a natureza absorve, armazena e libera a água. Através da criação de infraestruturas permeáveis, como telhados verdes, jardins de chuva e pavimentos permeáveis, as cidades esponjas permitem que a água da chuva se infiltre no solo, recarregando os lençóis freáticos e reduzindo o escoamento superficial.

As cidades esponja não se limitam apenas à gestão da água. Ao promover a permeabilidade do solo e aumentar a área verde, elas contribuem para a mitigação do efeito estufa, a redução da poluição do ar e a melhoria da qualidade do ar. Além disso, a criação de espaços verdes e áreas de lazer proporciona benefícios à saúde física e mental dos cidadãos, promovendo a interação social e a valorização da natureza.

Experiência Chinesa

Na cidade esponja, áreas são reservadas para receber inundações. Foto - redes sociais
Na cidade esponja, áreas são reservadas para receber inundações. Foto – redes sociais

A China tem sido um dos países mais engajados no desenvolvimento de cidades esponja. O governo chinês lançou um plano ambicioso para implementar o conceito em pelo menos 80% das cidades até 2025. Diversos projetos piloto já foram implementados com sucesso em diferentes regiões do país, demonstrando a viabilidade e os benefícios dessa abordagem.

O modelo de cidades esponja oferece uma solução inovadora e promissora para os desafios hídricos do século XXI. Ao integrar soluções naturais e tecnológicas, as cidades esponjas podem se tornar mais resilientes, sustentáveis e habitáveis. A experiência chinesa demonstra que esse conceito é viável e pode ser implementado em diferentes contextos, inspirando cidades ao redor do mundo a buscarem soluções inovadoras para a gestão da água.

O Dr. Yu Kongjian tem sido fundamental para o desenvolvimento e disseminação do conceito de cidades esponja. Sua pesquisa rigorosa e sua capacidade de comunicação clara e acessível o tornaram uma referência internacional na área. Através de palestras, workshops e publicações, ele tem inspirado e capacitado profissionais de diferentes áreas a implementar o conceito em suas cidades.

Portanto, as cidades esponja representam um passo importante na busca por um futuro mais sustentável para as cidades. Ao imitar a natureza e integrar soluções naturais e tecnológicas, esse modelo oferece uma resposta inovadora aos desafios hídricos do século XXI. O trabalho pioneiro do Dr. Yu Kongjian tem sido fundamental para o desenvolvimento e disseminação desse conceito, inspirando cidades ao redor do mundo a transformarem-se em ambientes mais resilientes e sustentáveis.

Com informações de agências internacionais

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