Quem inventou o chuveiro?

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Imagem - Pixabay
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A reforma daqui de casa está quase pronta. Nem acredito. Parece um milagre. E pensar que tem gente que gosta. Mal termina uma já começa a outra. Tem gosto pra tudo, né? Mas não pense que estamos em céu de brigadeiro. É que mesmo com o fim dos trabalhos, volta e meia aparece uma coisinha ou outra. Mas aí são só reparos. Nada que atrapalhe a nossa rotina. Se uma parede aparece úmida lá vem quebradeira de novo. Confusão armada pra no fim das contas a gente descobrir que não tinha vazamento algum. E a umidade? Excesso de chuva, tijolo antigo …. Nunca vi tanto especialista. No fim das contas é só mais uma obra. Haja dinheiro. 

O barulho me lembra que há gente consertando o telhado. As chuvas desse ano não estão dando moleza. Isso significa destelhamento na certa. Tem também o piso do quintal pra ser instalado, a porta da copa pra ser trocada. Projeto adiado para a segunda etapa da reforma. Por hora foi feito tudo o que era possível. É que por aqui o buraco tem fundo e ele anda bem vazio.

Ah, acabei de lembrar que dessa primeira etapa ainda falta instalar os acessórios do banheiro e que a vazão do chuveiro não anda lá essas coisas. A água só pinga. Com isso o prazer do banho escoa literalmente para o ralo. E por falar em chuveiro lembrei de um post que li no blog Segredos de Paris, lindamente produzido e administrado pela Helena Lacerda. 

O post em questão conta que o chuveiro foi inventado há 150 anos, em Rouen, capital da Normandia, região no norte da França. Estive lá há alguns anos. É uma cidade medieval encantadora. O centro histórico está preservado, mas as construções da periferia são de pós segunda guerra. As originais foram devastadas pelos bombardeios inimigos. Andei pelas ruas de pedra de Rouen, as mesmas por onde caminhou Joana D’Arc, que foi presa e, depois, queimada viva em praça pública. Isso aconteceu há quase 600 anos, em 30 de maio de 1431. Por isso, o nome “Jeanne D’Arc” pode ser visto em monumentos, em edifícios, na torre em que ficou presa e no local onde foi queimada. Hoje, Joana D’Arc é considerada santa e tem até uma Igreja com o seu nome na cidade.

Ops! Como de costume, abstrai. Mas voltando à origem do chuveiro, li no blog que na prisão de Bonne Nouvelle, em Rouen, o trabalho era obrigatório para cerca de 900 detentos. Todos confeccionavam botões achatando chifres de boi recém-abatidos, cobertos de carne, sangue e moscas. A higiene era precária, causando preocupações de saúde devido à disseminação de doenças.

Para pôr fim a esse cenário medonho o médico François Merry Delabost inventou o “banho de chuva”, convencendo as autoridades a adotá-lo devido à economia de água e de que os “banhos de chuva” poderiam reduzir os custos associados ao tratamento de doenças.

As primeiras cabines de chuveiro foram construídas pelos próprios presos em 1873, o que reduziu significativamente os problemas de saúde na prisão. A inovação se espalhou para prisões e chuveiros públicos em toda a França, embora chuveiros residenciais tenham demorado a se tornar comuns. O Dr. Merry Delabost não buscou lucro com sua invenção e seu legado perdura em uma pequena rua com seu nome, próximo à prisão, pois seu objetivo era melhorar a saúde dos presos. Após sua morte em 1918, o médico, inventor do chuveiro, foi sepultado na cidade de Saint-Saire, perto de Rouen.

Ihh, mas para que a Gisele está falando sobre isso? Que utilidade tem para a minha vida saber quem inventou o chuveiro? De que me serve essa informação? Uai, serve pra muita coisa, principalmente para alimentar papo em mesa de boteco. Pra quando o assunto esgota e as piadas já foram todas contadas. E aí, antes que se crie aquele silêncio constrangedor, você lança a pergunta?

– Quem sabe onde, quando e quem criou o chuveiro?

Valendo um croissant, aposto com você que essa conversa não vai ter hora pra acabar. Sucesso na certa. Depois volte aqui pra me contar. Indo ali tomar um banho em conta gotas. Até mais.

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