A escola municipal Professor Edson Pisani, de Belo Horizonte, que fica no Aglomerado da Serra, a maior favela da capital mineira, foi escolhida a Melhor Escola do Mundo na categoria voto popular. A escolha foi feita pela organização global T4 Education, de Londres, que selecionou escolas de 108 países. A unidade de ensino foi premiada pelo projeto “+ Favela – Lixo” (Mais Escola, Menos Lixo), iniciativa simples que encontrou uma forma de reduzir o lixo na comunidade.
“A participação de alunos, professores, pais, comunidade e a Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais permitiu uma solução muito simples para o problema de lixo que tanto afetava essa comunidade. É com parcerias como essa que nós podemos sempre agregar valor para a sociedade”, comemorou o prefeito de Belo Hofrizonte, Fuad Noman, uma vez que é a escola Pisani é da rede municipal da capital.
A ação vencedora do Prêmio T4 Education surgiu de uma parceria da escola com a Faculdade de Arquitetura da UFMG para o debate com a comunidade sobre os problemas ocasionados pelo lixo. As soluções foram construídas em trabalho realizado com os alunos da escola integrada, que têm entre de 6 e 10 anos – e da Escola de Jovens e Adultos (EJA), que têm entre 15 e 70 anos.
Voto popular
A Escola Municipal Professor Edson Pisani venceu na categoria “Voto Popular”, mas disputava também na categoria “Colaboração com a Comunidade”, vencida por uma escola da África do Sul. Uma das medidas adotadas pela escola de BH foi a confecção e instalação gratuita para os moradores de placas ganchos onde são colocadas as sacolas de lixo. A estrutura é fixada em cada imóvel, com identificação do número da casa, para evitar que o lixo doméstico seja colocado nos passeis ou nas ruas, onde costumavam ser mexidos por animais (cachorros e porcos, por exemplo), ou até mesmo por outros moradores.
Outra solução foi a criação de jardins em locais usados para descarte. A ação é acompanhada da instalação de lixeiras e um trabalho conscientização dos moradores para a deposição correta do lixo. Entulho das obras de construção passaram a ser usados para a fabricação de mini gabiões (para serem usados em muros de contenção) para a estabilização de terrenos na própria comunidade.
Pelo primeiro lugar, a escola Edson Pisani vai receber um prêmio de US$ 50 mil, o equivalente a R$ 250 mil, dinheiro que será usado para ampliar o projeto que prega a reciclagem e o descarte regular do lixo. “Essa premiação é importante porque é o reconhecimento de um trabalho de integração entre escola e comunidade”, celebra a vice-diretora da Edson Pisani, Silvana Antunes Rocha