xiitas do QRCode não passarão.

Não sei você, mas eu tenho um pouco de “irc” de lugares que só disponibilizam cardápios em QRcode. 

Ah, Gisele, você é tão antiga. Tenho pegada vintage, sim, mas não se trata disso. Tanto é que adoro quando posso usar o QRCode para pagar corridas de táxis, carros de aplicativos, lojas,  supermercados …

– Uai, Gisele! Não é tudo a mesma coisa? 

Não, não é a mesma coisa. Quando vou à uma cafeteria, bar ou a um restaurante só quero saber de relaxar, distrair, deletar o mundo real, ver a vida passar devagar. Nesses momentos desejo distância de celular. A vida exige leveza.

Se você descobriu uma cafeteria fofa, escolha uma mesa discreta, puxe a cadeira, peça um expresso com um pão de queijo bem quentinho. Delete o lado de fora. Esqueça o celular.  Experimente passar alguns momentos em sua própria companhia.  Aproveite o momento para reordenar o que está fora de ordem.

Marcou com amigos em um bar que foi super recomendado? Que ótimo! Aproveite e coloque o papo em dia. A palavra tem poder. A linda da Érica Toledo já escreveu sobre como conversar pode nos fazer bem. “As palavras, assegura a Érica, costuram os afetos, nos ligam aos outros. Tecem sentidos que justificam a vida, são presença, troca e proteção. Nos salvam da barbárie, do isolamento, da angústia sem nome. Na arte, as palavras ampliam os significados da rotina. Nas relações, as palavras ampliam nossa humanidade”. 

Por mais palavras, gestos, arte e relacionamentos. Que sejamos bons uns com os outros. A humanidade clama. 

Ah, e antes que eu me esqueça, os xiitas do QRCode não passarão.