Deus é masculino ou feminino?

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Afinal, Deus é masculino ou feminino? Esse é o assunto da coluna da jornalista Gisele Bicalho. Imagem - redes sociais
Afinal, Deus é masculino ou feminino? Esse é o assunto da coluna da jornalista Gisele Bicalho. Imagem - redes sociais

Como você se refere a Deus? Não duvido que seja como “Senhor”, “Ele”, “Criador”, “Pai” … Além dessas, há muitas outras denominações, todas no masculino. Está errado? Não. Nós o conhecemos como um homem de barbas longas e olhar piedoso. Eu também o imagino assim. Afinal, é essa a imagem que está por todo lado. Sobre esse assunto, não há consenso. Para a Igreja Católica Deus não é homem nem mulher; Deus é Deus e ponto final. Por outro lado, há religiões que veem o Divino como um ser superior feminino, referindo-se a Ele como Mãe.
Você deve estar aí matutando:

  • Mas pra que é que a Gisele foi meter a mão nesse vespeiro? Assunto polêmico. Vai que ela é cancelada.

O risco existe, mas é que o assunto passou a rondar essa minha cabeça caótica depois que me encantei por uma menina-deus, personagem da série que maratonei nos últimos dias. “Doom At Your Service” ou “Desgraça a seu dispor” mistura drama, romance e magia.
Ao longo dos dezesseis episódios o papel da menina vai se delineando como o Deus que conhecemos, um ser misericordioso, aquele que sofre pela humanidade. Em certas ocasiões, as motivações dos personagens se mostram incertas. Pode ser apenas parte de uma trama secreta ou, quem sabe, um dos planos divinos. Mas, calma, sem spoiler. Essa revelação vai acontecer somente no último episódio.

A trama central “Doom At Your Service” gira em torno de Tak Dong-kyung, uma jovem que descobre estar sofrendo de uma doença terminal e, em meio ao desespero, faz um pedido a uma estrela cadente para que o mundo inteiro seja amaldiçoado.
Aproximando-se do fim da vida, o que acontecerá em 100 dias, ela faz um contrato com a própria “Desgraça”. A entidade oferece a ela um desejo e a promessa de aliviar sua dor durante esse período mas há uma condição: após cem dias, caso ela não deseje o fim do mundo, a pessoa que ela mais ama será morta. Para contornar o contrato, ela decide amar a própria desgraça. O objetivo é salvar a si mesma, o mundo e aqueles a quem ama.
No dia seguinte ao seu pedido, Tak Dong-kyung é surpreendida quando Myul Mang, a própria desgraça, aparece em sua porta e revela que seu desejo se tornou realidade. Ao descobrir que Myul Mang é imortal, ela faz de tudo para conquistar seu amor, esperando também se tornar imortal.
Myul Mang representa a desgraça e a destruição, enquanto Dong-kyung é vítima do que ele causa, mas acaba se tornando a razão pela qual ele deseja se tornar mais humano. Ele é reservado e egoísta, enquanto ela possui um espírito de cuidar dos outros. Ambos se conectam através da falta de fé e do desejo pelo fim. A infelicidade que compartilham acaba se transformando em amor, porém esse amor pode trazer desgraça para todos. É interessante observar como suas barreiras vão se desfazendo à medida que se apaixonam.
Depois de 100 dias, Myul Mang surpreende Dong-kyung, retornando à Terra como um ser humano, uma maneira de compensá-lo por sua atitude altruísta em relação a ela, graça, obviamente, concedida pela menina-Deus. E sem dar spoiler e já dando, agora sem seus poderes especiais, Myul Mang finalmente pode levar uma vida comum e encontrar o amor.
Pra concluir, não importa se Deus é masculino ou feminino. Há um poema tibetano que diz o seguinte: “Deus dorme em cada pedra, desperta em cada planta; move-se em cada animal, pensa em cada homem e ama em cada anjo. Daí concluímos que devemos tratar cada planta como um animal querido. Cada animal querido como um ser humano, e todo ser humano como Deus, pois nele vive a centelha divina.”
Ah, “Doom At Your Service” é um dorama sul-coreano e pode ser visto na Netflix.

2 COMMENTS

  1. Adoro as séries Sul-Coreanas,vou assistir! Quanto a” Deus”, concordo que ele está em todos seres e em todos lugares …..não existe limites!

    • Ele está sempre conosco. Ainda bem que é assim, né? Quanto às séries sul coreanas, sou “dependente, usuária” (rs). Gosto da delicadeza, da sutileza no trato, no gesto.
      Beijo pro cê.

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