Você já percebeu que a cozinha estimula todos os nossos sentidos? No meu caso, destaque para o olfato e para a audição. Adoro ouvir aquele shiiiiiiiiiiiiiii de quando o alho e a cebola são mergulhados na banha de porco bem quente. E o cheiro que invade a cozinha? Meu Deus! Dá água na boca só de falar sobre isso. O barulhinho e o cheiro remetem às nossas cozinhas. Coisa de mãe e de avó. De tias, também.
Aliás, a combinação de alho e cebola é a cara da nossa cozinha ancestral. Difícil imaginar uma receita sem a presença desses dois ingredientes. Aqui vai uma boa notícia para quem tem restrição ao sódio: você sabia que essa mistura tudo de bom pode até mesmo substituir o sal? Pois, então! Além de trazer sabor e perfume aos pratos, o alho e a cebola ainda fazem bem à saúde.
Mas, como hoje em dia tudo gera controvérsias, quem vai para a panela primeiro? O alho ou a cebola? Ao preparar o refogado, origem da maioria dos pratos salgados, a regra é adicionar a cebola no azeite, óleo ou banha de porco já quentes. O alho só vai para a panela quando a cebola começar a ficar transparente e começar a dourar. Desse jeito, alho e cebola vão ficar prontos ao mesmo tempo e sem queimar. Há quem discorde. O perfeitinho (ai, meu Deus!) do Rodrigo Hilbert é um. Já cansei de vê-lo fazendo o contrário. Por outro lado, a Rita Lobo segue a regra.
Por falar em regras, vai uma dica de ouro: jamais deixe o alho passar do ponto. Seu prato, com certeza, vai amargar. Se você é como eu e se distrai com os doramas, fique de olho. Se deixar que o alho e a cebola passem do ponto, o jeito vai ser recomeçar o prato do zero.
Voltando aos sentidos, dia desses assistindo a um episódio do Panelinha me identifiquei de cara com o Raphael Despirite. O chef, que também é amante dos barulhinhos, era o convidado da vez. Descobri que não estamos sozinhos. Ele, eu e a Rita Lobo somos parte desse grupo que ama os barulhinhos.
Os blogueiros já descobriram o filão. Um deles é o fotógrafo Fábio Barbero. Adoro os vídeos desse moço. Gente, que coisa linda! O Fábio mistura a beleza dos alimentos com uma trilha sonora de arrepiar. Os barulhinhos da cozinha dele se integram à canção num casamento perfeito. Sabe o som da couve sendo rasgada? Da faca cortando a cebola? Do limão sendo espremido? Do caldo despejado na panela? Dos ovos sendo quebrados …? Então, nenhum desses e outros barulhinhos são desperdiçados. Tudo se integra harmonicamente à cena. Coisa linda de se ver. O risco é você largar tudo o que está fazendo e correr para cozinha. Ai, entra o sexto sentido. Sabe aquela história do melhor não deixar para depois? Vai que, né?
Tem também a Denise Godinho do blog @Capituvemparaojantar. Já falei sobre ela aqui. Amooo. A Denise mistura literatura com comida. Fala sobre o que comem os escritores e os personagens de livros e filmes. Receita perfeita. Dá a maior liga. E para contar as muitas histórias que lê e assiste, a Denise não abre mão dos barulhinhos da cozinha. Os vídeos produzidos por ela são sensacionais.
Ah, se pintou curiosidade sobre o episódio do Panelinha ao qual me referi acima, vale muito a pena assistir. É só buscar no GNT. Nesse dia o Rafael criou uma marmita com o que sobrou de uma receita de frango a caçadora preparada pela Rita Lobo. O resultado foi uma sopa fria de tomate (salmorejo para os espanhóis), uma farofinha de cuscuz com frango e incríveis croutons de abobrinha. Marmita de chef super fácil de fazer.
Aliás, essa temporada está ótima. Em cada episódio a Rita convida um chef e o desafia a criar um prato a partir do que foi feito por ela no início do programa. A regra é clara: é preciso mudar o sabor original e transformar o prato original em algo adequado para uma marmita ou, como diz a Rita, em uma comida que seja capaz de aguentar o transporte e sobreviver a algumas horinhas dentro da sacola térmica.
E para quem tá com água na boca, segue a receita do crouton de abobrinha:
Corte a casca da abobrinha em cubinhos de cerca de 0,5 cm. Tempere com azeite, sal, raspas de limão e folhas de manjericão. Leve para gelar e depois sirva como acompanhamento.
E hoje, como estou generosa, tem bônus também: receita de farofa de alho e cebola.
Para preparar essa delícia da casa de mãe de vó você vai precisar de:
500 g de farinha tipo fina;
200 g de manteiga;
2 cebolas médias picadas;
1 cabeça grande de alho;
sal a gosto.
Pique a cebola e alho. Aqueça uma panela e derreta a manteiga. Em seguida adicione a cebola e espere dourar. Adicione o alho e espere dourar com cuidado para não queimar. Depois, coloque o sal neste refogado e mexa. A farinha deve ser adicionada por completo, não deixe de mexer durante o processo.
Em fogo baixo mexa sem parar, rodando bem na superfície da panela de forma a espalhar a farinha. O tempo médio de preparo é de 15 minutos, até que toda a farofa fique dourada.
Bom apetite. Inté pro ceis.
Você realmente tem o dom precioso de lidar com as palavras e nos envolver com seus textos.
Deus abençoe e conserve!
Amém! Obrigada, minha querida!
Gisa sensacional! Sempre deixo suas crônicas para ler quando estou menos atarefado e esta estou lendo agora e ainda não é hora de almoçar mas, já deu água na boca. Ah! Assisti este programa da Rita! Parabéns, como sempre arrasou.
Obrigada, meu querido!
Ei Gi, que delícia de receita! Vou experimentar qualquer dia desses! Obrigada ☺️