Beijo de novela lhe faz chorar?

Tô que nem o Zeca Baleiro. “Ando tão à flor da pele que qualquer beijo de novela me faz chorar (…) Um barco sem porto, sem rumo, sem vela, cavalo sem sela, um bicho solto (…)”.

• Ah, vai, Gisele! Não é pra tanto.
  Talvez não seja mesmo. Mas, a verdade é que esse mundo real tá muito esquisito. Ou será que sou eu a estranha? Há horas em que nem mesmo me reconheço. Logo eu, a otimista; a “Pollyana”; aquela que sempre vê o lado positivo mesmo que a luz no fim do túnel seja apenas um pontinho perdido láaaa longe. Foi esse lusco fusco existencial que me levou aos doramas.

Pausa para explicar o que é dorama.
Se você ainda não se deixou seduzir e não tem a menor noção sobre o que estou falando, doramas são séries sul-coreanas que contam, em sua grande maioria, histórias pueris. Nelas, não há cenas de violência. Nem de sexo explícito. É tudo muito sutil. Delicado. Pegar na mão é um progresso e tanto. E beijar, então? Só lá pra mais da metade dos 16 episódios.

Venho emendando um dorama no outro. Acabei de maratonar “Onde o amor floresce”. A história é sobre um casal que viveu a efervescência dos anos 90. Mas, por motivos que eu não vou contar, perderam-se um do outro. Só se reencontraram vinte anos depois. A partir daí passaram a viver um amor maduro. Mas como nem nos doramas a vida é perfeita, a história de amor do casal foi interrompida várias vezes por questões mal resolvidas no passado. Epa! Chega de spoiler. Vai que você resolve virar dorameiro também e aí, né?

Agora tô assistindo “Advogada extraordinária”. Por que extraordinária? Porque a moça em questão tem Síndrome de Asperger e um QI de 164. A inteligência acima da média e a memória fotográfica a levam a conquistar uma vaga em um grande escritório de advocacia. Se tem sucesso profissional, na vida pessoal não é bem assim. A advogada tem dificuldade para interagir socialmente. Epa! Spoiler de novo.

Há outros dois doramas engatilhados. Mal posso esperar para assistir “Meu diário para a liberdade” e “Amor e outros dramas”. Dorameiros e dorameiras de plantão já me adiantaram que vou me encantar com as duas narrativas (epa!).

E tem mais. Nesse meu abrigo encontrei um monte de queridinhos. O mais amado, obviamente, é o Kim Seon Ho. Como se não bastasse ter muito talento, ainda é lindo, gentil, carismático, tem um sorriso maravilhoso e duas covinhas encantadoras.  Sei de muitas amigas que vão discordar e dizer que tô com foco errado, que o Hyun Bin é que é isso, é aquilo e coisa e tal. Outra vai dizer que é o Lee Jong-suk. Tem também o Nam Joo-hyuk …Ihh, a lista é enorme.

Além do gosto pelos queridinhos dos zoinhos rasgados, a viagem pelos doramas também me levou direto para a gastronomia sul coreana. Passei a amar kimchi, bibimbap, bulgogi e teokbokki. Ah! Também não dispenso uma dose de soju. A propósito, kombéee!

Tem mais. Eu que nunca fui ave noturna agora ando de olhos nas baladas de Gangnam?  Se adoro o BTS? Muito. Que fique entendido: isso não tem nada a ver com adolescência mal resolvida.

Quer saber? A Coreia do Sul virou objeto de desejo dos meus sonhos viajandeiros. Nem as 30 horas de viagem na classe econômica tiram o meu ânimo.

• Desce daí, Alice! Pare de sonhar. 

Epa! De quem é essa voz?  Só pode ser da minha conta bancária.

• Você não tem grana pra isso, insiste a intrusa. Uma viagem de 10 dias só para Seul não fica por menos de R$ 9.500,00.

De volta aos doramas. Porque por aqui tá punk. Vai me dizer que não?