Mamãe dizia com frequência que “quem sai aos seus não degenera”. Recentemente essa frase voltou a fazer o maior sentido. Para surpresa da família, Bernardo, meu sobrinho de 13 anos, trocou os heróis da Marvel pela Bienal do Livro. Voltou cheio de histórias pra contar e, o melhor, com a sacola cheia de publicações.
Há poucos dias, coincidências da vida, li um texto da Marta Medeiros. Nele, essa autora que sempre diz muito de mim, traça um paralelo entre quem se informa somente pelas redes sociais com as pessoas que leem.
“As redes sociais nos distraem e dependendo de quem seguimos, nos informam. Mas é pela leitura que começa a revolução de nos transformarmos em alguém que valha a pena.”
Questionadora, não se incomoda de colocar uma pulga atrás da nossa orelha:
- Mas ler não seria o contrário de socializar? Seria um isolamento improdutivo, enquanto a correnteza da vida passa lá fora, por trás da janela?
Que nada! A Marta conta que lê de cinco a sete livros por mês e acha graça de quem se compadece da sina dela: “Coitada! Não vive.”
- Como toda cidadã mundana, vivo regularmente, diz ela, revelando que lê pelo menos de cinco a seis livros por mês. “Por cerca de 30 minutos diários eu grudo em algum livro. E em vez de perder a correnteza que passa por trás da janela, derrubo a parede e inundo a casa toda, meu universo inteiro. Fico encharcada de existência.”
Eliane Teixeira é uma outra querida com quem divido o gosto pela internet, por livros, cafés e doramas. Volta e meia ela (que só conheço pelas redes sociais) me apresenta algo novo. Poemas, filmes, séries, livros e canções. Sobre livros, ainda outro dia a Eliane me fez um convite irrecusável;
- Bora tomar um café (literário) com Jorge Luís Borges?
“Os meus livros (que não sabem que existo)
São uma parte de mim, como este rosto
De têmporas e olhos já cinzentos
Que em vão vou procurando nos espelhos
E que percorro com a minha mão côncava.
Não sem alguma lógica amargura
Entendo que as palavras essenciais,
As que me exprimem, estarão nessas folhas
Que não sabem quem sou, não nas que escrevo.
Mais vale assim. As vozes desses mortos
Dir-me-ão para sempre.”
É como diz a Marta. “Cada um de nós tem sua própria história, bonita e sofrida, mas insuficiente para que haja uma compreensão vasta do mundo. Para se ter a consciência realmente expandida e empática do que acontece lá fora, para embrenhar-se nos corações e mentes de estranhos, só derrubando paredes. Não há ninguém mais desinteressado pela vida do que o dono de uma estante vazia.”
“Cada um de nós tem sua própria história, bonita e sofrida, mas insuficiente para que haja uma compreensão vasta do mundo. ” Verdade!
Verdade. É isso mesmo.
EI Gi, para variar me encaixei perfeitamente nesta publicação! “AMO OS LIVROS”, não vivo sem eles… meu filho é assinante TAG, então sempre tenho muito o que ler, mas adoro também as series e vou deixar aqui uma dica da última que assisti e amei demais, “This is us”, simplesmente fantástica.
Obrigada por me ler. Feliz em compartilhar com você o gosto pelos livros e pelas séries. Obrigada pela dica. Vou assistir.
“…Não há ninguém mais desinteressado pela vida do que o dono de uma estante vazia.”
Não adianta estar conectado lá fora, se não conectarmos primeiro com o nosso ser interior. Os livros nos abre interiormente para o mundo lá fora!