Por aqui, a vida segue seu curso. Devagar, quase parando. É ruim? Até que não ! A gente vai na “vibe”.
Às vezes até agradeço. Acontece quando me encanto com cenas cotidianas. Bom, né? Sinal que não perdi muito de mim. Personagens anônimos continuam a me comover. Tenho que agradecer. Sou mais sortuda que Drummond. Sigo em frente. Não descarto tropeçar em outras pedras. Acontece com frequência. E como dói.
Drummond – e o poema não me deixa mentir – poderia tropeçar de novo naquela pedra. Talvez sequer a reconhecesse. Comigo não é bem assim. Sei exatamente quais são e aonde estão as pedras. Só não sei ainda como me desviar do tropeção. Muitas vezes me surpreendo e … Aiiiii !!! Tropeço de novo. Vida que segue.
Ah, deixa pra lá. Voltando às cenas cotidianas, as barrancas do Rio Pará retornaram aos bons tempos. Os peixes, à mão cheia, estão fazendo a festa. Estamos na piracema, período em que os peixes enfrentam as corredeiras para reproduzirem na cabeceira do rio.
Falando nisso, somos uma família de ribeirinhos. Mas, acreditem, na minha casa come-se pouco peixe. A exceção é a Semana Santa. O bacalhau é de lei. O peixe frito também tem o seu lugar. Moqueca só raramente.
Esse desapego com essa iguaria tem a ver com o meu avô Nenê e com a minha mãe. Ambos detestavam. Não suportavam nem o cheiro. Lembro que quando meus tios voltavam da pescaria era preciso esperar meu avô terminar a refeição. Só aí, começavam a limpar, temperar e a fritar os peixes. Os da Sílvia eram deliciosos. Os da Zélia ficavam no mesmo nível de gostosura e crocância. Pra trazer acidez, laranjinha capeta.
Hum! Salivando aqui. A boca tá que nem um “corgo”. Ainda bem que a piracema termina no dia 28-03 e aí já estaremos vivendo a Semana Santa. E o que tem isso a ver? Uai? dá- lhe bacalhau e peixe frito. Pode rolar até mesmo uma moqueca. Quem sabe, né? “Vô querê”.
amo tudo isso!
Deu vontade de comer um peixinho frito com uma cervejinha bem gelada nos botecos do rio Pará.
A natureza sempre nos surpreendendo! Parabéns Gi, sempre nos presenteando com textos deliciosos de ler! Eu também amo um peixinho, feito de qualquer forma.