O Brasil vai atingir, nas próximas horas, uma marca história: 50% da população adulta terá tomado a primeira dose da vacina contra a Covid-19. Apesar de a vacinação ainda ocorrer de forma lenta, esse percentual tem grande relevância, uma vez que quanto maior o número de vacinados, menores as chances de propagação da doença, que já deixou quase 560 mil mortos no país.
O percentual de brasileiros que receberam as duas doses da vacina, fundamental para que a pessoa esteja completamente imunizada, ainda é pequeno: próximo de 21% da população adulta. Entretanto, como já ficou demonstrado, o programa nacional de imunização, que é um dos mais eficientes do mundo, tem capacidade para vacinar, por dia, mais de 2 milhões de pessoas.
Na quarta-feira (04-08), foram vacinadas cerca de 2,2 milhões de pessoas (somadas as primeiras e segundas doses). Se conseguisse manter a média de 2 milhões de imunizados por dia, em um mês, descontados os domingos, seriam vacinados algo perto de 52 milhões de pessoas.
Para manter esse ritmo, entretanto, o país precisa do principal insumo, que são as vacinas. Por enquanto, os imunizantes, todos importados, não estão chegando na quantidade que o país necessita. Mas o cenário para esse segundo semestre é mais positivo.
A Fiocruz, responsável por produzir no Brasil a vacina AstraZeneca/Oxford, prevê entregar até o final do ano 100 milhões de vacinas, suficientes para imunizar 50 milhões de brasileiros. O Butantan, responsável pela vacina chinesa coronavac, também promete acelerar a produção, especialmente com a entrada em operação de uma nova fábrica, que deverá estar pronta até o final de setembro.
IFA nacional
Outro dado importante: tanto a Fiocruz quanto o Butantan vão fabricar no país o Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), que hoje é completamente importado. Com o IFA nacional, a produção das duas fábricas poderá ser acelerada.
Além dessa duas vacinas, o país também utiliza o imunizante da Pfizer e também da Janssen, por enquanto a única do mundo que exige a aplicação de apenas uma dose. Somente entre setembro e novembro, o país deverá receber 100 milhões de doses da Pfizer. Ao longo também do segundo semestre, o Brasil vai receber 38 milhões da Janssen.
A expectativa do Ministério da Saúde, responsável pelo Programa Nacional de Imunização, é de que até setembro toda a população brasileira acima de 18 anos tenha sido totalmente imunizada contra a Covid-19.