O Sítio Roberto Burle Marx acaba de ser escolhido como Patrimônio Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), na categoria paisagem cultural. O local é o 23º bem brasileiro inscrito na lista de patrimônios mundiais.
Localizado em Barra de Guaratiba, zona oeste da cidade do Rio de Janeiro, o espaço de 407 mil metros quadrados de área florestal abriga coleção com mais de 3,5 mil espécies de plantas tropicais e subtropicais.
A candidatura brasileira foi apreciada durante a 44ª Sessão do Comitê do Patrimônio Mundial da Unesco que começou no último sábado e e vai até 31 de julho, na cidade de Fuzhou, na China. Na reunião, o comitê analisa as candidaturas aos próximos patrimônios mundiais culturais e naturais.
Ao celebrar a escolha numa rede social, o sítio disse que a inclusão na lista de patrimônios mundiais significa que estes bens tão especiais para o Brasil são também de “valor universal excepcional” para a humanidade.
Unidade especial
O sítio é uma unidade especial do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), autarquia federal vinculada à Secretaria Especial da Cultura e ao Ministério do Turismo. Para a diretora do espaço, Claudia Storino, o Sítio Roberto Burle Marx é uma obra de arte, onde as paisagens são o elemento de maior destaque.
“Os espaços ajardinados do sítio materializam tanto os princípios paisagísticos da obra de Burle Marx quanto os processos de análise, cultivo e experimentação que impulsionaram a criação do paisagismo tropical moderno”, afirmou Claudia, em nota.
Para a presidente do Iphan, Larissa Peixoto, este título é motivo de orgulho para o Brasil, o Iphan e toda a população brasileira. “A chancela estabelece um compromisso para manter os valores excepcionais que tornam esse lugar de importância para toda a humanidade. Temos a missão de preservar para as futuras gerações este espaço de aprendizado e de fomento ao conhecimento sobre natureza, paisagismo, arte e botânica”, disse.
Sítio
O antigo Sítio Santo Antônio da Bica foi adquirido em 1949 por Roberto Burle Marx e seu irmão, Guilherme Siegfried, e deu partida ao que hoje constitui o Sítio Burle Marx. O local se destaca pela vegetação nativa, formada principalmente por manguezal, restinga e a Mata Atlântica, preservada pelo Parque Estadual da Pedra Branca. Os irmãos compraram posteriormente outros terrenos que foram anexados ao sítio.
O espaço sofreu intervenções para ser transformado no laboratório pretendido por Burle Marx. Em 1985, o paisagista doou o local ao governo federal, como forma de assegurar a continuidade das pesquisas, a disseminação do conhecimento adquirido e o compartilhamento daquele espaço com a sociedade. O Iphan passou a gerir o sítio a partir de 1994, após a morte do paisagista Burle Max.
Jardins, viveiros de plantas, sete edificações e seis lagos integram o espaço, que também oferece ao público um acervo museológico de mais de 3 mil itens, com coleções de arte cusquenha, pré-colombiana, sacra e popular brasileira. Além da coleção de obras do próprio paisagista e artista, que já estão catalogadas e informatizadas.
Fonte – Agência Brasil