O laboratório sueco-britânico AstraZeneca, que desenvolve uma vacina contra a Covid-19 em parceria com a Universidade de Oxford, anunciou ter encontrado uma “fórmula vencedora” contra a doença, que já matou mais de 1,7 milhão de pessoas no mundo.
“Acreditamos ter encontrado a ‘fórmula vencedora’ para atingir uma eficácia que, após duas doses, é tão elevada quanto todas as outras”, afirmou Pascal Soriot, diretor executivo do laboratório farmacêutico AstraZeneca. “As outras” a que Soriot se refere são as vacinas da Pfizer/BioNTech, que demonstrou eficácia da 95%, e da Moderna, que é eficaz em 94% dos casos.
Outra boa notícia dada pelo executivo é que a vacina da AstraZeneca é “100% eficaz” na prevenção de formas graves da doença, que costumam exigir internação hospitalar. Significa que se a pessoa for infectada, ela vai desenvolver uma forma mais branda da doença, caso tenha sido vacinada com o medicamento de Oxford.
A vacina de Oxford foi testada em cerca de 7 mil voluntários brasileiros e os resultados já foram divulgados. Mas como houve divergência em alguns testes, a farmacêutica AstraZeneca e a universidade decidiram refazer alguns desses testes.
Como divulgado anteriormente, a vacina de Oxford conseguiu demonstrar eficácia de 63% quando aplicada em duas doses. Entretanto, quando os voluntários receberam meia dose e uma dose completa 30 dias depois, a eficácia subiu para 90%. Por conta dessa divergência é que alguns testes foram refeitos e os resultados serão divulgados oficialmente nos próximos dias.
Muito bom para o Brasil
A notícia é particularmente positiva para o Brasil porque o país comprou 100 milhões de doses da vacina de Oxford, que chegarão ao Brasil em lotes até junho. Uma parte deve desembarcar em solo brasileiro ainda em janeiro, abrindo a possibilidade de que a imunização no país comece no primeiro mês de 2021.
Com 100 milhões de doses, o Brasil vai poder vacinar 50 milhões de pessoas, que representam quase 25% da população do país. Pelo acordo feito entre o governo brasileiro a a AstraZeneca, no segundo semestre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) vai produzir mais 160 milhões de doses da vacina.
Portanto, as 260 milhões de doses da vacina de Oxford que o Brasil terá no próximo ano serão suficientes para vacinar 130 milhões de pessoas. O imunizante desenvolvido pela Universidade tem duas grandes vantagens em relação aos medicamentos da Pfizer e Moderna.
A primeira delas é a facilidade de armazenamento, uma vez que a vacina pode ser colocada em geladeiras comuns. A da Pfizer, por exemplo, precisa ser armazenada a temperatura de -70 graus, o que dificulta a logística de distribuição. A segunda vantagem está no preço, que é bem mais baixo do que as demais.
A agência reguladora do Reino Unido deve aprovar o uso emergencial da vacina de Oxford nos próximos dias. Ainda no início de janeiro o imunizante deverá começar a ser aplicado lá, onde já está sendo usada a vacina da Pfizer/BioNTech.