Até a próxima segunda-feira o governo de São Paulo deverá receber as primeiras 6 milhões de doses da vacina Coronavac, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac, que está sendo testada em 13 mil voluntários brasileiros. Para que o imunizante comece a ser aplicado na população será necessária, entretanto, autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A Coronavac já recebeu, juntamente com outras duas vacinas, autorização do governo chinês para ser usada em caráter emergencial, por conta da gravidade da pandemia do novo coronavírus. Por lá, milhares de pessoas, desde julho, foram vacinadas contra a Covid-19, estão sendo monitoradas pelas autoridades de saúde e não houve nenhum registro de reações severas entre os participantes.
Embora haja necessidade de que seja comprovada sua eficácia na fase final de testes, nas fases anteriores ela se mostrou segura e gerou anticorpos que protegem as pessoas contra o novo coronavíru. Aqui no Brasil, para que seja liberada, essa e outras vacinas (como a da Universidade de Oxford, que está também em fase fina de testes) precisam comprovar uma eficácia mínima de 50%.
Significa que se for aplicada em 100 pessoas, pelo menos 50 delas devem estar protegidas contra o vírus que provoca a Covid-19.
46 milhões de doses
A importação das 6 milhões de doses da Coronavac faz parte do acordo firmado entre o governo de São Paulo, o Instituto Butantan, que coordena os testes da vacina no Brasil, e o laboratório chinês Sinovac. O Instituto agora aguarda que a Anvisa libere a importação de insumos para que sejam fabricadas, até o final do ano, mais 40 milhões de doses do imunizante chinês.
Havia uma expectativa de que a última fase de testes da Coronavac aqui no Brasil fosse concluída em novembro, para que a vacinação pudesse começar em meados de dezembro. Essas 46 milhões de doses seriam suficientes para vacinar 23 milhões de pessoas, uma vez que a vacina é aplicada em duas doses.
Mas as autoridades de saúde de São Paulo estão mais cautelosas e preferem não fazer mais prognósticos sobre o início da vacinação. Não sendo possível em dezembro, entretanto, acreditam que há boas chances de que seja iniciada ainda em janeiro.