A aliança global Covax, um grupo de cerca de 170 países que se juntaram para comprar em grande escala, e em melhores condições, vacinas contra a Covid-19, anunciou que vai adquirir ao menos 2 bilhões de doses de imunizantes contra a doença. A iniciativa Covax é liderada pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
De acordo com a Diretora do Departamento de Imunização e Vacina da OMS, Kate O´Brien, o número exato de doses a serem compradas ainda não está fechado e vai depender do número de países que aderirem à iniciativa. Até o momento, 164 países já fazem parte da Vaccine Alliance, mas outros 38, inclusive o Brasil, já manifestaram interesse em participar.
Portanto, 2 bilhões de doses da vacina será o número mínimo a ser adquirido pela Covax, suficientes para vacinar 1 bilhão de pessoas (com as doses duplas). Como temos 7 bilhões de pessoas no mundo, 1,4 bilhão delas vivendo na China, o número será insuficiente
A OMS informa que tem hoje no seu portfólio 9 vacinas. Mas como elas estão ainda em fase final de testes, é preciso saber quais, efetivamente, vão demonstrar segurança e eficácia. O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, lembra que, tradicionalmente, muitas vacinas em desenvolvimento não são aprovadas.
“Quatro de cada cinco vacinas não chegam à sua comercialização, então precisaremos de muito mais acordos para chegar ao número de doses que queremos”, explicou Tedros.
Acordos com o Brasil
O Brasil tem um acordo com a Universidade de Oxford e com o Laboratório AstraZeneca para receber 100 milhões de doses de sua vacina, que está sendo testada em 10 mil voluntários brasileiros. Até dezembro, o país receberá 30 milhões de doses e as outras 70 milhões serão fabricadas pela Fiocruz no início do próximo ano.
Há também um entendimento entre o governo de São Paulo, o Instituto Butantan e a chinesa Sinovac, que também está testando sua vacina em 9 mil brasileiros. O Butantan vai receber em dezembro 46 milhões de doses da vacina, chamada Coronavac, e as outras 74 milhões de doses serão fabricadas pelo instituto no primeiro semestre de 2021.
Até dezembro, portanto, o Brasil terá disponível 76 milhões de doses de duas vacinas contra a Covid-19. Se até lá elas forem aprovadas em definitivo, começarão a ser aplicadas em brasileiros do grupo de risco, profissionais de saúde e idosos ainda este ano.
Como as pessoas vão precisar receber duas doses das vacinas, essas 76 milhões de doses serão suficientes para vacinar 38 milhões de brasileiros.
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