A Fiocruz está determinada a acelerar o processo de produção da vacina contra a Covid-19 que está sendo desenvolvida pela Universidade de Oxford e pelo laboratório AstraZeneca. A previsão do Ministério da Saúde é que em janeiro as primeiras doses do imunizante sejam distribuídas por meio do Programa Nacional de Imunização.
“A Fiocruz está mobilizando todos os seus recursos tecnológicos e industriais em prol do acesso da população à vacina no menor tempo possível. Estamos conversando com a Anvisa e parceiros tecnológicos com o intuito de reduzir os prazos de produção, registro e distribuição da vacina”, afirmou a presidente da Fiocruz, Nisia Trindade Lima.
Pelo acordo assinado no final de junho entre o governo brasileiro, a Universidade de Oxford e a empresa AstraZeneca, o Brasil vai receber, entre dezembro e janeiro, 30 milhões de doses da vacina. Elas serão usadas para vacinar, prioritariamente, pessoas do grupo de risco, como profissionais de saúde, segurança e idosos.
Ainda no primeiro semestre do próximo ano, a Fiocruz vai produzir mais 70 milhões de doses da vacina. A previsão é que esse trabalho comece em abril, mas há um esforço para que esse prazo seja reduzido. O governo federal já liberou crédito extraordinário de R$ 1,9 bilhão para produzir e comprar o imunizante.
O ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, em encontro recente com a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, informou que o ministério vai acelerar o processo para disponibilizar, o mais rápido possível, a vacina para os brasileiros. “O governo está investindo todos os esforços para entregar à população uma vacina segura e eficaz, com todo o cuidado e zelo necessários para a vida dos brasileiros”, assinalou o ministro.
Cronograma de vacinação
O governo federal está montando um cronograma de vacinação para a Covid-19, para que, assim que a vacina contra a doença for aprovada, o esquema para imunizar a população brasileira, de cerca de 210 milhões de pessoas, esteja todo definido. Ministério da Saúde e secretarias estaduais e municipais vão definir, por exemplo, quais serão os grupos que vão ser vacinados primeiro.
Há praticamente um consenso de que são prioritários os profissionais de saúde, da área de segurança pública, idosos e pessoas com alguma doença crônica, como diabetes e hipertensão.
Além da vacina de Oxford, que está sendo testada em voluntários brasileiros, o Brasil deve ter também à disposição, entre dezembro e janeiro, outras 45 milhões de doses da vacina Coronavac, que está sendo desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac. Ela também está sendo testada em 9 mil voluntários brasileiros, sob a coordenação do Instituto Butantan.