O soro para tratamento da Covid-19 desenvolvido pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com base no plasma sanguíneo de cavalos, que mostrou ser até 100 vezes mais eficiente contra o coronavírus do que o plasma humano, deverá estar disponível no mercado em até 4 meses. É o que informa o coordenador da pesquisa, Jerson Lima, também presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj).
De acordo com profissionais da área de saúde, esse novo soro é uma grande esperança no tratamento de pacientes infectados pelo novo coronavírus.
“Estamos todos vibrando com o resultado. Foi muito bom, excelente, maravilhoso”, celebrou o presidente do Instituto Vital Brazil, Adilson Stolet, ao anunciar os resultados da pesquisa.
“Estamos esperançosos porque quando olhamos o histórico do uso desses soros nos últimos 100 anos eles têm sido altamente eficientes”, completou Jerson Lima. Segundo ele, o novo soro é semelhante aos já utilizados em tratamentos contra picadas de cobras ou para evitar a infecção pelo vírus da raiva.
“Gosto de comparar principalmente ao soro antirrábico, um vírus extremamente letal, mas que o soro é 100% eficiente em frear a progressão da doença”, explicou o pesquisador, ressaltando que, num primeiro momento, confirmada a eficácia do soro em testes com humanos, ele estará disponível para pacientes com Covid-19 que estejam internados.
Testes em humanos
Os pesquisadores estão aguardando autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a realização de testes do soro em seres humanos, o que é esperado para os próximos dias. O estudo, de acordo com os responsáveis pela pesquisa, sera feito em duas fases para avaliar a segurança e a eficácia do tratamento contra a Covid-19 com o soro.
“Se tiver sucesso, esse estudo clínico deve durar entre um e dois meses. Então, estamos falando de três a quatro meses [para o soro ficar disponível à população]”, informou Jerson Lima.
O Instituto Vital Brasil tem hoje 300 cavalos, que são capazes de produzir até 100 mil doses desse soro anti-covid. Mas o presidente Adilson Stolet disse que o instituto poderá comprar mais 500 animais, caso os testes clínicos confirmem sua eficácia, aumentando consideravelmente a capacidade de produção.
Na imagem abaixo, veja como é desenvolvido o soro utilizando os cavalos: