Apesar das desconfianças da comunidade científica mundial, a Rússia já tem uma vacina contra o coronavírus para chamar de sua. Que ela seja segura e eficaz. Mas as maiores apostas dos cientistas mundo afora para encontrar imunizantes que podem, de fato, ajudar a vencer a Covid-19, estão em seis pesquisas em estágios bem avançados, desenvolvidas no Reino Unido, China, Estados Unidos e Alemanha.
Nesses países, seis vacinas contra a Covid-19 estão na fase 3 de testes, quando ela é aplicada num grande número de pessoas para confirmar se é eficaz e segura. Três delas estão sendo testadas no Brasil e duas têm boas chances de serem aprovadas ainda neste ano e expectativa de que comecem a serem aplicadas em parte da população brasileira em dezembro ou janeiro.
Veja quais são as seis vacinas mais promissoras contra a Covid-19, segundo os especialistas. Três delas são chinesas:
Universidade de Oxford
A vacina contra a Covid-19 que está sendo desenvolvida pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, em parceria com o laboratório sueco-britânico AstraZeneca, é apontada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma das mais promissoras do mundo.
Está, atualmente, sendo testada em cerca de 50 mil pessoas em vários países, inclusive no Brasil, com a vacinação de 2 mil voluntários. Nas fases 1 e 2 de testes em humanos, realizadas na Inglaterra, a vacina mostrou que é segura e induz o corpo a reagir de forma eficaz contra o coronavírus.
Os mais otimistas acreditam que ela poderá começar a ser aplicada em grande escala a partir de dezembro, inclusive em uma parte de brasileiros.
Coronavac
Nas duas primeiras fases de testes em humanos, o imunizante demonstrou eficácia de 90%, o que é um resultado considerado muito bom pelos especialistas. A vacina contra a gripe, por exemplo, tem eficácia de cerca de 60%.
O diretor do Instituto Butantam, Dimas Covas, está otimista e acredita que já em janeiro será possível vacinar um grande número de brasileiros. Para essa primeira etapa, o instituto vai contar com 120 milhões de doses, suficientes para vacinar 60 milhões de pessoas, visto que são necessárias duas doses por pessoa.
Sinopharm
De Wuhan, na China, onde foi identificado o primeiro grande surto do coronavírus, em dezembro passado, pode vir também uma vacina contra a doença. A farmacêutica China National Biotec Group (CNBG)/
Sinopharm, por meio de sua unidade nessa cidade chinesa, já iniciou a fase 3 de testes de seu imunizante contra a Covid-19.
Outra vacina da chinesa Sinopharm, em parceria com o Instituto Biológico de Pequim, também está na última fase em humanos. Ambas estão sendo testadas em 15 mil voluntários nos Emirados Árabes Unidos.
Há um convênio da Sinopharm com o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) para que as suas duas vacinas também sejam testadas em voluntários brasileiros. A chinesa acredita também que suas vacinas estarão prontas até o final do ano.
BioNTech/Pfizer
A vacina desenvolvida pela empresa alemã BioNTech, em parceria com a farmacêutica norte-americana Pfizer, é outra que está na última fase de testes, inclusive no Brasil. Senão vacinadas pessoas entre 18 e 85 anos. Os brasileiros voluntários para os testes dessa vacina são de São Paulo e Salvador.
De acordo com as duas empresas, nos testes anteriores o imunizante registrou uma indução de alto nível de reações de células T (de proteção) contra o novo coronavírus.
Moderna
Completa o sexteto de vacinas mais promissoras contra a Covid-19 a que está sendo desenvolvida pela americana Moderna. Ela está sendo testada em 30 mil voluntários. A empresa está recebendo uma ajuda financeira do governo dos Estados Unidos de 1 bilhão de dólares (mais de 5 bilhões de reais) para ajudar no desenvolvimento dessa vacina.
A empresa americana também acredita que poderá ter a sua vacina liberada até o final do ano e anuncia que terá capacidade para produzir 1 bilhão de doses a partir de 2021.