Tamar: 40 anos de vida e 40 milhões de tartarugas soltas

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Projeto Tamar: 40 anos de vida e 40 milhões de tartarugas protegidas no litoral brasileiro. Fotos - Projeto Tamar/Facebook
Projeto Tamar: 40 anos de vida e 40 milhões de tartarugas protegidas no litoral brasileiro. Fotos - Projeto Tamar/Facebook

Uma das mais bem-sucedidas iniciativas de preservação animal, o projeto Tamar, dedicado a garantir a sobrevivência das tartarugas marinhas, vai completar 40 ano no próximo ano, com motivos de sobra para celebrar. Nessas quatro décadas, a entidade conseguiu proteger 40 milhões de tartarugas.

“Em breve, o Tamar vai completar 40 anos e atingir a marca de 40 milhões de tartarugas marinhas protegidas. Podemos inclusive dizer que a tartaruga de número 40 milhões já existe e navega em uma viagem transcontinental rumo às praias brasileiras”, afirma Guy Marcovaldi, coordenador nacional do projeto Tamar.

“Esses animais deixaram de ser utilizados para consumo e passaram a ser queridos e admirados, graças à sensibilização sobre a importância do programa de preservação”, ressalta ainda Marcovaldi.

Projeto Tamar

O projeto Tamar nasceu em 1980, quando um grupo de estudantes da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), pioneira em oferecer o curso de oceanologia no Brasil, decidiu fazer um levantamento em todo o litoral do País, incluindo as ilhas de Fernando de Noronha, Atol das Rocas e Abrolhos, sobre a situação das tartarugas.

Quando estavam no Atol das Rocas, presenciaram pescadores matando enormes tartarugas marinhas. Naquela época, já havia pressão sobre estes animais migratórios mundo afora. E, em consequência,  demanda para trabalhos em defesa desses animais.

Durante dois anos os estudantes esmiuçaram o litoral brasileiro. Descobriram vários pontos de desova que nem mesmo seus professores conheciam. Assim nasceu o Projeto Tamar, que até hoje trabalha na pesquisa, proteção e manejo das cinco espécies de tartarugas marinhas que ocorrem no País.

25 pontos do projeto pelo país

O litoral do Brasil é frequentado por cinco das sete espécies de tartarugas marinhas:  tartaruga-cabeçuda, tartaruga-verde, tartaruga-oliva, tartaruga-de-couro e tartaruga-de-pente. Da região Sul, até a Nordeste, as fêmeas fazem seus ninhos. Hoje é difícil ir ao litoral e não ver pelo menos uma tartaruga marinha. Mas na década de 80. era raro encontrá-las.

Estima-se que apenas 1 em cada 1000 tartarugas marinhas chegam à fase adulta, isto é, quando atingem os 30 anos de idade. Assim, a sobrevivência da espécie depende bastante da sua capacidade de conseguir gerar um alto número de novas crias todos os anos. Daí a importância para a sobrevivência da espécie do Projeto Tamar.

A principal base do projeto fica na Praia do Forte, na Bahia, que, juntamente com as unidades de Regência, no Espírito Santo, e Pirambu, em Sergipe, foram as pioneiras. Hoje, tanto locais com estrutura física como os que têm apenas profissionais em atuação, são 25 pontos do projeto monitorados na costa brasileira.

Para sua sobrevivência, o projeto tem hoje patrocínios. Mas, atualmente, 70% do orçamento vem de recursos próprios, gerados a partir da bilheteria de seus centros de visitação, da venda de produtos e outras fontes de renda.

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