Um trecho de 8,5 quilômetros às margens do rio Arrudas, entre o Parque Municipal, na região central,e o bairro Taquaril, na zona Leste da capital, será transformado num corredor agroecológico, que vai receber hortas comunitárias, jardins, plantas medicinais, árvores frutíferas, ciclofaixas e ciclovias. A intenção é transformar o local num grande centro de convivência, cultura e lazer.
As obras já começaram e a prefeitura de Belo Horizonte, responsável pelo projeto, prevê que até outubro várias ações estarão concluídas. A prefeitura já promoveu o plantio de árvores no talude do rio Arrudas e revitalizou um trecho de ciclofaixa que vai da avenida do Contorno até a avenida Silviano Brandão. Está também concluída a conexão entre a ciclofaixa da avenida dos Andradas com a que se inicia na rua Piauí, feita para dar mais segurança a ciclistas e pedestres.
Urbanismo tático
Batizado de corredor agroecológico Arrudas, a iniciativa, que faz parte do programa Cidade Inteligente, prevê a instalação, ao longo de todo o trecho, de estações educativas e produtivas, para orientar o público sobre agroecologia (que busca o desenvolvimento agrícola em harmonia com a preservação do meio ambiente), alimentação saudável e sustentabilidade.
“A ideia é que seja um espaço que acolha atividades gastronômicas, feiras, atividades de saúde, atividades de cultura, uma agenda itinerante, integrada com os setores públicos e privados, que se modifica de acordo com a demanda da cidade”, explica Darklane Rodrigues, subsecretária de Segurança Alimentar e Nutricional de Belo Horizonte.
O estímulo ao uso da bicicleta é, aliás, outro objetivo do corredor, como explica o presidente da BHTrans, Celio Freitas Bouzada. “Queremos uma cidade sustentável, em que as pessoas possam conviver em harmonia, seja caminhando, pedalando ou usando o transporte coletivo. O Corredor Ecológico sintetiza um pouco do que desejamos para Belo Horizonte”, assinala Celio. As ciclovias vão cobrir toda a extensão do corredor.
O novo corredor vai também receber inovações como o urbanismo tático, que busca soluções a partir de intervenções feitas com materiais econômicos e de rápida implementação, jardins de chuva (que colega águas pluviais), instalação de banheiros secos públicos, cujos resíduos vão ser compostados e utilizados como adubo nas áreas verdes.
Para a secretária de Política Urbana da prefeitura, Maria Caldas, as soluções baseadas na natureza farão da capital um ambiente mais inclusivo, humano e sustentável. “Aumentar as áreas verdes, produzir alimentos no ambiente urbano, criar espaços interessantes ao convívio e levar as pessoas a priorizarem a locomoção ativa são objetivos deste projeto. Todas essas iniciativas corroboram para uma cidade mais vibrante e aprazível”, afirma a secretária.