Brasileira ganha Oscar Verde por trabalho com onça-pintada

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A cientista Yara Barros com uma onça-pintada no Parque Iguaçu — Foto: Divulgação/Projeto Onças do Iguaçu
A cientista Yara Barros com uma onça-pintada no Parque Iguaçu — Foto: Divulgação/Projeto Onças do Iguaçu

A cientista brasileira Yara Barros venceu o Whitley Prize 2025, o mais importante prêmio internacional para projetos de conservação da biodiversidade. Conhecido como o “Oscar Verde”, o prêmio reconhece lideranças que atuam com impacto positivo em ecossistemas ameaçados ao redor do mundo.

Barros lidera um projeto inovador de proteção às onças-pintadas da Mata Atlântica, uma das espécies mais ameaçadas do Brasil. A iniciativa atua na conservação dos grandes felinos e no fortalecimento das comunidades locais, especialmente por meio do empoderamento de mulheres.

Projeto foca na coexistência com grandes felinos

A bióloga coordena as ações por meio do Instituto Pró-Carnívoros, onde promove estratégias que reduzem os conflitos entre humanos e onças. Essas ações incluem programas de educação ambiental, geração de renda e o incentivo à convivência pacífica com os animais.

Além disso, Yara busca transformar a imagem das onças-pintadas, que muitas vezes são vistas como ameaça. Em áreas da Mata Atlântica, a caça ainda representa risco real para a espécie. A atuação de Yara visa reverter essa realidade com base em ciência, diálogo e ação social.

Prêmio inclui R$ 380 mil para ampliar ações

Segundo o site oficial do Whitley Fund for Nature, Yara Barros receberá o equivalente a R$ 380 mil reais para expandir seu trabalho. O valor será usado para implementar medidas antipredação, realizar um censo de onças-pintadas no Parque Nacional do Iguaçu, no Paraná, e capacitar lideranças de outros países da América Latina no manejo de conflitos com grandes carnívoros.

O parque abriga uma das últimas populações viáveis da espécie na região Sul do Brasil. O censo permitirá mapear os indivíduos e orientar estratégias futuras de conservação.

Caso recente reforça urgência da proteção

O prêmio chega em um momento de atenção nacional. Recentemente, um homem de 60 anos morreu após ser atacado por uma onça-pintada em uma área isolada de Touro Morto, no Mato Grosso do Sul. O caso reacendeu o debate sobre o equilíbrio entre segurança humana e preservação da fauna silvestre.

Em nota oficial, o Whitley Prize destacou a importância das ações lideradas por Yara. “As onças-pintadas são mais do que animais magníficos — são espécies-chave vitais para a saúde do ecossistema”, declarou a instituição. A publicação também elogiou os esforços da cientista para promover coexistência sustentável por meio da educação e capacitação comunitária.

Reconhecimento internacional

Além do Whitley Prize, Yara Barros foi eleita uma das Women of Discovery pela organização WINGS WorldQuest, que homenageia mulheres cientistas com atuação relevante na conservação da natureza.

Com mais de três décadas de experiência na área, Yara se destaca como uma das principais vozes da conservação da fauna brasileira. Seu trabalho alia ciência de ponta, sensibilidade social e engajamento local — uma combinação cada vez mais necessária no enfrentamento da crise da biodiversidade.

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