
Em tempo de emergências climáticas, uma ótima notícia para o mundo: o desmatamento caiu em todos os biomas do Brasil em 2024. A constatação é da nova edição do Relatório Anual do Desmatamento (RAD), publicado pela rede MapBiomas nesta quinta-feira (15).
A redução média foi de 32,4% em comparação com o ano anterior. Esse é o melhor resultado desde o início da série histórica, iniciada em 2019. E mais: é o segundo ano consecutivo de queda, sinal de que as estratégias de controle e preservação começam a surtir efeito.
A Amazônia Legal teve seu menor índice de desmatamento dos últimos seis anos, com queda de 54% entre 2022 e 2024. Esse resultado reforça a eficácia das políticas públicas e da fiscalização ambiental na região.
Mesmo o Cerrado, que lidera em área desmatada, registrou avanços importantes. A taxa de perda de vegetação começou a desacelerar, mostrando que o caminho para um uso mais sustentável do território já está sendo trilhado.
Avanços importantes no Cerrado, Amazônia e outras regiões

Os dados mostram um movimento positivo em todas as regiões do país. No Cerrado, por exemplo, o Maranhão — estado com a maior área de desmate — reduziu seus índices em mais de 34% em relação a 2023.
Na região Norte, o estado do Pará mantém queda constante desde 2022, mesmo com o histórico de grandes áreas abertas no passado. A expectativa é que, com a realização da COP30 em Belém, a visibilidade internacional incentive ainda mais ações sustentáveis e políticas de conservação.
A Caatinga também apresentou uma resposta positiva ao monitoramento. O uso de alertas por satélite e a identificação precisa das áreas afetadas têm contribuído para o controle mais eficaz da vegetação nativa.
Além disso, os biomas Pantanal, Mata Atlântica e Pampa continuam com índices reduzidos de desmatamento, somando juntos apenas 3% da área desmatada em 2024. O Pampa, por exemplo, aparece com o menor registro de toda a série: apenas 896 hectares.
Esses dados demonstram que o esforço conjunto entre governos, ONGs, produtores rurais e sociedade civil tem dado resultado. A ampliação do monitoramento por satélite, o combate aos crimes ambientais e os incentivos à produção sustentável mostram sua eficácia.
Caminho para o desmatamento zero já começou
A meta de desmatamento zero até 2030 está mais próxima. A queda generalizada em todos os biomas reforça que o Brasil tem condições de liderar a transição para uma economia verde.
Mesmo em meio aos desafios climáticos, como secas e incêndios florestais, o país conseguiu reduzir a degradação e o desmatamento. A área degradada da Amazônia caiu de forma significativa em relação aos anos anteriores, graças à intensificação das ações de prevenção e ao uso de tecnologias de ponta no monitoramento.
O relatório também mostra que há maior conscientização sobre o papel da vegetação nativa na regulação do clima, na proteção da biodiversidade e na economia sustentável.
Programas de pagamento por serviços ambientais, a valorização de produtos florestais não madeireiros e o fortalecimento das áreas protegidas vêm ganhando espaço e reconhecimento.
Com esses resultados, o Brasil mostra ao mundo que é possível conciliar desenvolvimento com preservação ambiental. A tendência de queda no desmatamento é um sinal claro de que políticas públicas bem estruturadas funcionam.
Se mantida essa trajetória, o país poderá atingir suas metas climáticas e fortalecer sua imagem como líder global na agenda ambiental.