Rio é Capital Mundial do Livro pela Unesco

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A cidade do Rio recebeu o título de Capital Mundial do Livro 2025 em evento no Teatro Carlos Gomes - Marcelo Piu/Prefeitura do Rio
A cidade do Rio recebeu o título de Capital Mundial do Livro 2025 em evento no Teatro Carlos Gomes - Marcelo Piu/Prefeitura do Rio

O Rio de Janeiro foi oficialmente nomeado Capital Mundial do Livro pela Unesco, tornando-se a primeira cidade de língua portuguesa a receber essa honraria. O evento oficial ocorreu na quarta-feira, dia 23, no tradicional Teatro Carlos Gomes, na Praça Tiradentes. E marcou o início de uma agenda cultural extensa voltada para o fomento da leitura, inclusão social e valorização da literatura nacional.

A prefeita de Estrasburgo, Jeanne Barseghian, realizou a entrega simbólica do título e passou o bastão da cidade francesa para a capital fluminense. Durante o evento, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, celebrou a rica história literária do Rio, destacando o papel da cidade na formação da cultura lusófona.

“É um ano para celebrar e criar o hábito da leitura”, disse o prefeito, ressaltando a presença, na cidade, de instituições como o Real Gabinete Português de Leitura, a Biblioteca Nacional e a Academia Brasileira de Letras.

A cerimônia contou ainda com a participação de representantes da Unesco, autores consagrados, atores e atrizes que homenagearam grandes nomes da literatura brasileira que viveram ou se inspiraram no Rio de Janeiro. Entre eles, Carlos Drummond de Andrade, Ferreira Gullar, Vinícius de Moraes e Cecília Meireles.


Leitura, inclusão e cultura: o Rio no centro do mundo literário

A coordenadora de cultura da Unesco, Isabel de Paula, destacou que a candidatura carioca foi notável por apresentar um plano ambicioso e abrangente.

“Não é apenas uma ação cultural. O Rio propôs um conjunto de atividades que envolvem feiras literárias, ações em escolas, projetos de inclusão social e valorização da economia criativa ligada ao livro e à leitura.”

Durante o evento, performances e leituras emocionaram o público. O ator Gregório Duvivier lembrou locais icônicos da cidade que celebram o livro. A atriz Elisa Lucinda emocionou a plateia ao declamar poemas de autores brasileiros; o ator Thiago Lacerda trouxe a voz de Drummond para o palco.

Um dos momentos mais simbólicos da manhã foi a fala da escritora Conceição Evaristo. Ela reforçou a importância da democratização do acesso à leitura, especialmente para as populações historicamente marginalizadas.

“Este título nos coloca no centro do mundo literário. É uma chance de fazer com que o livro seja um produto verdadeiramente democrático. Como mulher negra, esse momento tem um significado especial para mim”, afirmou.

A programação anual inclui uma série de eventos já anunciados, que seguirão o lema “O Rio de Janeiro continua lendo”. O lançamento oficial da marca ocorreu no início do mês, e entre os destaques está uma agenda internacional iniciada na Academia de Ciências de Lisboa. Países lusófonos como Portugal, Angola, Moçambique e Timor-Leste reuniram obras em uma cápsula literária enviada ao Rio como símbolo de apoio.


Legado internacional da leitura

Embora o título passe para Rabat, no Marrocos, em 2025, o Rio de Janeiro passa a integrar uma rede mundial de cidades comprometidas com a promoção da leitura e da cultura. O legado vai além do reconhecimento. Ele ele coloca o livro no centro das políticas públicas, amplia o acesso ao conhecimento e reforça o papel da cultura como motor do desenvolvimento social.

Com essa iniciativa, o Rio se torna mais do que um destino turístico. Ele se transforma em referência internacional de fomento à leitura, reforçando sua vocação histórica como berço de grandes escritores. E, também, sede de instituições literárias fundamentais para a identidade brasileira.

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Com informações da Prefeitura do Rio e Agência de Notícias

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